Foi, por conseguinte, um triunfo sofrido, sobretudo porque, depois de desperdiçar oportunidades para fazer o segundo golo, os dragões tiveram de suportar um assalto final dos estudantes que poderia ter feito estragos, com uma bola à barra num livre de Hugo Morais e, depois, na recarga de Sougou. Um triunfo à míngua, graças a um lance de clarividência de Varela, que não se afogou na enxurrada.
Confira a ficha e as notas dos jogadores
Perante o terceiro classificado da Liga e detentor do segundo melhor ataque da prova, o teste foi superado com distinção, uma semana antes do «clássico» diante dos arqui-rivais da Luz, e com um jogo europeu, frente ao Besiktas, pelo meio. Nesse último encontro, o técnico portista poderá, até, fazer algumas poupanças, algo que não aconteceu, como se esperava, diante da Briosa. Sem surpresas, Sapunaru reassumiu o lado direito da defesa, enquanto Belluschi surgiu no lugar de Rúben Micael no meio-campo. De resto, tudo igual.
O relvado do Estádio Cidade de Coimbra até é novo, estreado na semana passada, mas, por sinal, o sistema de drenagem não terá escoado devidamente a água e isso repercutiu-se no terreno de jogo, que ficou completamente alagado. Os problemas atingiram toda a gente, desde as equipas aos árbitros, tal a dificuldade em ajuizar sobre os inúmeros choques entre jogadores. Fazer uma jogada com princípio, meio e fim foi quase impossível, prevalecendo, essencialmente, a capacidade de luta de estudantes e dragões. Levantar a bola o mais possível foi a solução, num estilo prático e despachado porque o futebol, a dado momento, mais parecia pólo aquático.
Vítimas do relvado
A primeira vítima das condições da relva foi Fernando, que, a meio da primeira parte, teve de sair devido a lesão. Logo de seguida, também Hélder Cabral, depois de um lance com Hulk, teve de ser assistido, mas acabou por voltar ao jogo. A qualidade do jogo só melhorava (muito ligeiramente) quando a chuva abrandava mas não dava para mais. As características da partida favoreciam a Académica, que, evitando desconcentrações, conseguia manter-se a salvo da chama do dragão, e até logrou, através de Diogo Valente e Sougou, embaraçar Helton e companhia.
Via-se que o F.C. Porto queria jogar e alvejar a baliza de Peiser mas as condições do terreno eram um obstáculo quase intransponível. A luz chegou quando, a partir de um lançamento lateral de Álvaro Pereira, num lance pelo ar, Varela puxou pelo seu lado acrobático e mostrou como, de forma inteligente, se pode fintar dilúvio. O intervalo estava a chegar e o golo veio premiar a insistência portista, permitindo uma segunda parte mais tranquila.
Veja quem foram os destaques do jogo
A chuva deu tréguas e a bola voltou a fluir, permitindo aos dragões um melhor controlo da partida. João Moutinho ainda desperdiçou uma grande penalidade, atirando ao poste esquerda da baliza de Peiser mas sentia-se que o F.C. Porto detinha as rédeas dos acontecimentos e não iria deixar-se surpreender, apesar do susto final. Na hora de puxar dos galões, ainda pairaram algumas dúvidas, mas a magra vitória não escapou aos comandados de Villas Boas.
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