Faltam reforços, faltam ideias, falta velocidade. O FC Porto voltou a dececionar nesta pré-época. A derrota com o Lille, no primeiro jogo da Algarve Football Cup (AFC) 2018, voltou a mostrar uma equipa muito longe da que, por esta altura, no ano passado, encantava os seus adeptos.

Sérgio Conceição já disse publicamente que há jogadores que não têm capacidade para jogar no FC Porto. Um claro recado de que necessita de reforços para ter uma equipa competitiva nas várias frentes em que estará envolvido. É certo que ainda estamos no início, mas eles tardam. Os que lutam por um lugar no plantel não convencem e as exibições não convencem...

Em relação à derrota com o Portimonense na terça-feira, Sérgio Conceição manteve o 4x4x2 mas procedeu a quatro alterações no onze inicial: Fabiano rendeu Casillas na baliza, o central Diogo Leite entrou para o lugar do lateral João Pedro, derivando Chidozie para direita. Paulinho foi titular em vez de Otávio e Soares cedeu o lugar a André Pereira.

Ante os franceses, o campeão nacional continuou a sentir dificuldades, mais evidentes nos processos ofensivos, ténues e deficitários na produção de oportunidades reais para faturar. Provam-no as escassas duas situações claras de golo que os dragões dispuseram na primeira parte, e quase seguidas: aos 14, Maignan, guarda-redes do Lille, anulou, com uma defesa com os pés, um remate de Marega no interior da área, após a melhor jogada do FC Porto, ao primeiro toque e conduzida por Óliver.

Dois minutos depois, o maliano isolou-se nas costas da defesa francesa: Maignan voltou a anular o lance ao sair da grande área. A bola sobrou para André Pereira, que rematou para o desvio, com o braço, de Soumaoro, ainda fora da área.

FICHA E FILME DO JOGO

Hernâni entrou no reatamento e quatro minutos depois desperdiçou soberana ocasião. No entanto o extremo redimiu-se e anotou o tento da igualdade, num remate que sofreu um desvio em Soumaoro e traiu o guarda-redes do Lille. Foi aos 72 minutos, já depois de Xeka, aos 64’, ter colocado a equipa francesa em vantagem, num cabeceamento dentro da pequena área, na sequência de um canto.

As três oportunidades atrás descritas resumem, praticamente, o que melhor se viu do ataque dos dragões em todo o jogo. O resto foi um deserto de ideias e inspiração do campeão nacional, que a jogar em ritmo lento, não obrigou os franceses a grande esforço para sentirem-se tranquilos na defesa da sua baliza. Mas esse cenário também não desafiou o Lille a afoitar-se no ataque, equipa que preferiu uma atitude expectante e explorar transições rápidas. Como as de Pépé, aos 20 e 61, mas os remates sairam ao lado da baliza de Fabiano.

FC Porto-Lille, 1-2 (destaques)

E foi numa transição rápida que o Lille chegou à vitória, por Mothiba, que não perdoou na cara de Vaná em zona frontal, numa altura em que o jogo estava partido e com inúmeras substituições operadas pelas duas equipas. Faltavam quatro minutos para o final e o FC Porto não conseguiu evitar nova derrota no Algarve.

Na marcação de grande penalidades, para efeitos de desempate da Algarve Football Cup, o Lille venceu 4-3.