Ao longo da História, houve quem dividisse o mundo em dois. Branco e negro, Yin e Yang, Bem e Mal. Messi e Ronaldo. Barcelona e Real Madrid. Faz-me imensa confusão tudo isto. Colocar o futebol de Lionel e Cristiano nesta divisão é redutor. E absurdo, porque há muito mais para além dos dois astros. Há Falcao, por exemplo. E Iniesta, o melhor jogador do Europeu 2012. O mesmo se passa com Real Madrid e Barça. Um visto como o Mal, outro como o Bem, dependendo das escolhas de cada um. Como o Chelsea provou, também há mais vida para além do clássico espanhol.

Ainda assim, há um sítio onde dividir o mundo em dois parece lógico: La Boca, Buenos Aires. OK, contra-argumentem que na Argentina há San Lorenzo, Racing, Independiente. Mas um River Plate-Boca Juniors é uma «guerra civil». Primeiro, porque o Millonários foi (ainda é?), conforme o nome indica, o clube mais rico do país; segundo porque o Boca tem muitos mais títulos internacionais que o rival e recordista doméstico River.

Antes de tudo isso, porém, o nascimento. Ambos reclamaram o bairro de La Boca e se é verdade que hoje o River Plate já não habita ali, é igualmente certo que ali nasceu. E por lá ficou durante muito tempo, mesmo quando já existia o mais novo Boca Juniors.

O primeiro Superclássico ocorreu em 1913, mas foi há 40 anos que o River-Boca ou Boca-River (vem aí um dia 28) teve o seu momento mais brilhante. Foi o melhor jogo de sempre entre os dois rivais, ainda que um Xeneize, assim são conhecidos os adeptos do Boca, o possa contestar por causa do resultado.

O River Plate ganhou por 5-4. Esteve a vencer 2-0 e a perder 4-2. . Curioni (24min) Ponce (42min) e Potente (45 e 51min) marcaram para o Boca; Mastrangelo (1 min) Mas (9 e 57 min) e Morete (62 e 90 min) para o Millonários.

Aconteceu no campo do Vélez Sarsfield, faz nesta segunda-feira, 15 de outubro, 40 anos. E um grande jogo de futebol merece sempre ser recordado.