A renovação de Iker Casillas é uma excelente notícia, mas não só para o FC Porto. É uma boa notícia para a Liga Portuguesa, sedenta de atenção, mas apenas pelas melhores razões, já que pelas outras é muitas vezes falada.

Desta vez Casillas não fez uma das grandes defesas a que nos habituou. Desta vez Casillas marcou um golaço, daqueles de levantar o estádio, e a Liga, sem fazer muito por isso, agradece.

Se a chegada de Casillas ao futebol português foi uma grande manobra de marketing, o mérito vai todo para o FC Porto e para o seu presidente, que ao contrário do Real Madrid, acreditou que Casillas ainda tinha muito para dar. 

Iker Casillas Fernández nasceu a 20 de Maio de 1981 e, se ficar até final de contrato, vai jogar no FC Porto até aos 40 anos. Uma marca impressionante mesmo para um guarda redes. 

Foi campeão do Mundo e bi-campeão Europeu com a seleção de Espanha. Ganhou três Ligas dos Campeões com o Real Madrid, uma Taça Intercontinental, igual à conquistada pelo FC Porto, um Mundial de Clubes. No Dragão conseguiu o tão desejado título na temporada passada, na qual foi considerado o melhor guarda redes do campeonato português.

Iker Casillas é o único embaixador no ativo da Liga Espanhola, mas é também por inerência, embaixador da Liga portuguesa, da cidade do Porto, e permitam-me, de Portugal. Porque só quem não gosta verdadeiramente de futebol é indiferente à permanência de Casillas no nosso campeonato, e ao impacto que teve a sua chegada. 

E já agora: defendendo como atualmente faz, Iker Casillas ainda fazia uma perninha na seleção de Espanha.

Porque no FC Porto recuperou a qualidade que o notabilizou e reconquistou o direito de ser acarinhado, principalmente pelos seus adeptos. Afetos esses que já não tinha em Madrid.

«Balolas» é um artigo de opinião de Paulo Pereira, jornalista da TVI, que escreve neste espaço de três em três semanas