A noite que juntou Neymar e Lionel Messi no onze titular pela primeira vez em jogos oficiais deixou o Barcelona a zeros: a boa notícia é que o nulo foi suficiente para a equipa conquistar a Supertaça de Espanha.

No fundo a frase anterior diz tudo: os catalães voltaram a ser felizes e ganharam mais um título, mas foi uma conquista com uma beleza muito escassa.

Neymar, por exemplo, voltou a mostrar que ainda não está como peixe em água nesta equipa. Muito longe disso. O brasileiro começou colado à esquerda, passou toda a primeira parte longe do jogo e tentou entrar mais vezes na etapa complementar, mas todas as tentativas saíram frustadas.

Muitas perdas de bola e tudo feito em esforço. Uma noite quase para esquecer do brasileiro.

Para somar a Neymar, também Messi esteve longe do que consegue fazer. O argentino falhou até uma grande penalidade, a dois minutos do fim, numa decisão polémica do árbitro: pareceu não haver falta de Cristian Rodriguez sobre Pedro.

A arbitragem de Fernández Borbalán foi aliás muito contestada pelo At. Madrid e com alguma razão. O árbitro assinalou mal um penálti a favor do Barça e expulsou Filipe Luís a dez minutos do fim (mais tarde ainda expulsou Arda Turan, que já estava no banco).

É certo que a expulsão de Filipe Luís não sofre contestação, mas Dani Alves merecia também no mínimo um amarelo que não viu. Por outro lado Godín não devia ter acabado o jogo: muita feia uma agressão ao próprio Dani Alves.

O jogo foi de resto muito duro: exatamente como tinha sido o encontro da primeira mão. O At. Madrid é uma equipa à imagem de Diego Simeone, está sempre mais perto de quebrar do que de torcer e por isso os jogos descambam frequentemente numa luta sem fim.

O Barcelona teve por isso sempre mais bola, mais iniciativa, mais futebol junto da área adversária, mas não criou nenhuma enorme oportunidade de golo para além do penálti: o At. Madrid, por outro lado, esteve duas vezes muito perto do golo.

Na primeira parte Arda Turan tirou Piqué da frente e rematou para uma extraordinária (enorme, mesmo) defesa de Valdés. Já na segunda parte David Villa rematou também em posição frontal, bem colocado junto ao poste, mas o guarda-redes catalão voltou a brilhar a grande altura.

Valdés foi enfim o melhor em campo. Do outro lado brilhou Turan: mas brilhou sobretudo a solidariedade coletiva de um grupo de jogadores que defendeu a baliza com os dentes bem cerrados.

O Barcelona venceu a Supertaça e levantou pela 11ª vez o troféu: foi a primeira conquista de Tata Martino.

Ficha de jogo:

BARCELONA: Víctor Valdés; Dani Alves, Piqué, Mascherano e Jordi Alba; Xavi, Sergio Busquets e Fabregas (Iniesta, 72m); Alexis (Pedro Rodriguez, 64m), Messi e Neymar.

Suplentes: Pinto, Montoya, Bartra, Songa, Iniesta e Tello.

AT. MADRID: Courtouis; Juanfran, Miranda, Godín e Filipe Luis; Mario Suarez; Diego Costa, Gabi, Arda Turán (Adrián, 71m) e Koke (Leo Baptistão, 88m); David Villa (Cristian Rodriguez, 83m).

Suplentes: Aranzubia, Demichelis, Raul Garcia e Tiago.

Disciplina: cartão amarelo para Fabregas (27m), Busquets (29m), Piqué (53m), Koke (70m) Gabi (80m) e Diego Costa (84m). Cartão vermelho para Filipe Luís (80m) e Arda Turan (90m).

Veja o penalty falhado por Messi:



Veja a grande defesa de Valdés:



Veja a expulsão de Filipe Luís:



Veja a agressão de Godin a Dani Alves: