O Maisfutebol desafiou os jogadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. É isso que farão daqui para a frente:

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«Olá,

Sou o Bernardo Vasconcelos, natural de Lisboal, tenho 33 anos e sou ponta-de-lança do Alki (1ª Divisão Chipre).

Comecei a jogar futebol com 17 anos, nos juniores do Cascais. Seguiu-se o Estoril, Palmense, Benfica B, Torrense, Alverca. Posteriormente, regressei ao Torrense, e em Janeiro de 2004, iniciei a 1ª aventura no estrangeiro, no RKC waalwijk (1ª divisão Holandesa).

Na época seguinte, e apesar de ter a opção de ficar no RKC, decidi com o coração, regressar a Portugal (U. de Leiria) para cumprir um sonho de pequeno, que era jogar na 1ª liga Portuguesa.

Do sonho ao pesadelo foram apenas dois dias... recusei convites que tinha da Holanda e Alemanha para regressar a Portugal e o treinador Vítor Pontes, no segundo dia disse-me que tinha sido o presidente Bartolomeu a contratar-me e que eu não tinha as características que ele estava a procura. Em seis meses fiz 45 minutos e em dezembro regressei ao RKC

Questiono-me se as equipas portuguesas apostam mais em estrangeiros ou portugueses, mas uma certeza tenho, sempre que emigrei, profissionalmente correu-me tudo bem.

Em 2006, depois de um ano muito difícil no grande Estoril, vim para o Chipre, onde representei o APOP, Omonia, AEP Pafos e Alki ao longo das últimas 7 épocas.

Em junho de 2010, fiz um interregno na vida cipriota e assinei pelo APOEL Be¿er Sheva, em Israel. Supostamente era para ficar 2 anos, mas assim que cheguei, percebi que ia ser muito difícil a minha família permanecer. Uma cidade no meio do deserto a 20 minutos da faixa de gaza, sem escolas internacionais.

A família regressou a Portugal e eu tive que esperar pelo mercado de Janeiro. Assim que o mercado abriu, regressei ao AEP, mas principalmente regressei ao Chipre, país onde já me sinto em casa.

Neste momento encontro-me a cumprir a segunda época pelo Alki. O ano passado ficámos em 8ª lugar e este ano vamos tentar fazer melhor. Tenho como companheiros portugueses o Santamaria, Sergio Barge, Cafu, Stelvio e Bruno Fernandes.

Agradeço desde já ao Maisfutebol pela oportunidade. Apesar de estarmos longe, esta iniciativa deixa-nos um bocadinho mais perto.

Um grande abraco,

Bernardo»