Com a contratação de Eliseu, oficializado esta quinta-feira, são 18 os laterais-esquerdos contratados desde que chegou Jorge Jesus ao Benfica. Esta época, já tinham assinado Djavan (16º), que nem se deverá estrear e seguir para Braga, e Benito (17º). 



Siqueira conseguiu resolver na última temporada aquela que é considerada a maior fragilidade do plantel do Benfica, desde que Fábio Coentrão assinou pelo Real Madrid. O internacional português era, até aí, o único caso de claro sucesso no lado esquerdo da defesa e Jorge Jesus nunca escondeu publicamente a admiração que tem pelo extremo razoável que moldou até tornar-se um defesa de nível mundial.

Na última temporada, Siqueira , que esteve perto de ser desviado da Luz, tinha então sido o 15º lateral-esquerdo da era Jesus, num ano em que também chegaram Bruno Cortez e Sílvio. Houve ainda alguns erros mal assumidos de c asting como Bryan, que chegou em janeiro, e chegou a ser inscrito na Liga dos Campeões, mas nem um jogo oficial fez pela equipa principal dos encarnados. Ou Sepsi, que estava no plantel original de 2009/10, mas acabou emprestado ao Racing Santander e depois voltou à Roménia, assinando pelo Poli Timisoara.


Vamos então falar de laterais-esquerdos. Não esporádicos como David Luiz, que fez aí dois jogos na Liga - um em 2009/10, outro em 2010/11 -, depois de ter sido aposta de Quique Flores em quase toda a época anterior, quando o treinador espanhol decidiu que Léo já não desempenhava a posição com competência. Vamos falar de verdadeiros laterais. Os tais 18.

Na época do primeiro título encarnado, havia então Sepsi (1) e Shaffer (2); Jorge Ribeiro treinava à parte do plantel. O romeno não convenceu, o argentino durou poucos jogos. César Peixoto (3) recuou para a lateral, até que Fábio Coentrão (4) conseguisse assumir de vez uma posição que não era a sua.

Na temporada seguinte, ainda havia Coentrão e Peixoto, e também Carole (5). O jovem francês também mostrava fragilidades e só jogou quando era preciso rodar a equipa. Por exemplo, quando o título já estava perdido e era preciso fazer descansar os titulares para a Liga Europa. No final da temporada, chegaria a proposta do Real Madrid por Coentrão. Em janeiro, já César Peixoto tinha rescindido contrato e assinado pelo Gil Vicente. Seria preciso mudar tudo.


Emerson (6) e Capdevila (7) foram contratados em 2011/12. Quando todos esperavam que a aposta fosse o experiente espanhol, campeão do mundo, Jesus preferiu o brasileiro. Fez toda a época, mas chegou ao fim sem convencer, assobiado pelas bancadas. E também havia Luís Martins (8), o miúdo que tinha coisas de Coentrão, segundo o próprio treinador. Teve batismo de fogo na Champions, apareceu depois em alguns jogos, mas os genes eram muito diferentes, afinal, do lateral que lutava por convencer o Santiago Bernabéu.

Na temporada que se seguiu (2012/13), era preciso renovar o lugar. Capdevila e Emerson tinham saído sem deixar saudades. Luisinho (9) e Melgarejo (10) chegaram do Paços de Ferreira, mas o Jorge Jesus preferiu adaptar o avançado em vez de escolher aquele que mais vocação aparentava para o lugar. Melgarejo resistiu aos erros nos primeiros jogos e Luisinho, quando aparecia, também não entusiasmava. A época acaba com André Almeida (11) como lateral-esquerdo. Bryan (12), emprestado aos encarnados em janeiro, nunca subiu da equipa B, apesar de toda a esperança demonstrada na sua contratação, com a inscrição para a reta final na Champions.


Na época passada, chegaram primeiro  Sílvio (13), que jogou várias vezes na esquerda, e Bruno Cortez (14), que desde cedo mostrou incompetência para as funções e o nível exigido. O 15º foi Siqueira , um «namoro antigo» do treinador dos encarnados, conforme explicou então o lateral emprestado pelo Granada.

Com a perda de Siqueira face ao investimento que representava (assinou pelo Atlético Madrid), Djavan (16) chegou há semanas, treinou e lesionou-se, sem que antes tenha convencido o treinador. Braga será o seu mais que provável destino. O internacional sub-21 Benito (17) tem sido aposta na pré-época, mas o lugar parece destinado ao agora contratado Eliseu (18), que também poderá ser utilizado mais à frente, no meio-campo.

Dezoito laterais em seis épocas de Jesus. Uma média de três por temporada.