Evanilson na Bélgica. Uma história de amor. Foi por lá, há um ano (26 de outubro de 2022), que o avançado brasileiro estreou-se a marcar na Liga dos Campeões, na goleada do FC Porto no reduto do Club Brugge: 0-4. Esta noite, em Antuérpia, subiu a parada e completou um hat-trick.

Os dragões, a vestir de azul e dourado, arrancaram para uma reviravolta de grande nível, depois de uma primeira parte mediana, demonstrando classe e qualidade nos lances ofensivos que deixaram os adeptos locais a lamentar mais um desaire pesado na prova milionária (1-4).

FILME DO JOGO

A formação portista passa a somar seis pontos no Grupo H, já com dois jogos realizados fora de portas, contra os nove do Barcelona e os três do Shakhtar. O Antuérpia parece destinado ao fundo.

Na visita ao último classificado do Grupo H, com duas derrotas em igual número de jornadas, Sérgio Conceição preparou sete alterações no onze azul e branco e contou com os regressos de Pepe, Stephen Eustáquio e Wendell.

Porém, se o defesa-central voltou a demonstrar a classe habitual, na noite em que se tornou o jogador de campo mais velho na história da Champions, e se o médio assinou uma grande exibição, confirmando a cambalhota do FC Porto, o lateral esquerdo acabou por ser azarado, sucumbindo novamente a problemas físicos, ao cair do pano da primeira parte.

Por essa altura, depois de uma etapa inicial disputada a um ritmo baixo e com mais posse de bola para os locais, os dragões viriam a ser penalizados por uma desatenção gritante, ao minuto 37, quando Alan Varela fez um mau passe, a bola chegou a Janssen, o avançado resistiu a toda a pressão na área e conseguiu o remate. O esférico desviou precisamente e Varela e sobrou para Yusuf que, incrivelmente solto de marcação na área, atirou a contar.

O FC Porto via-se em desvantagem na Bélgica, perante um adversário perfeitamente acessível. Sérgio Conceição não perdeu tempo e, perante a lesão de Wendell, lançou Evanilson em cima do intervalo, desviando André Franco do lado direito do meio-campo para o lado esquerdo da defesa e Pepê a regressar ao flanco.

A alteração surgiu o efeito desejado, mas a grande mudança ao intervalo esteve relacionada com a atitude dos jogadores. Não é difícil imaginar a forte reprimenda do treinador à equipa, mediante a postura ao longo dos primeiros 45 minutos. A reação foi à altura do clube português.

Os dragões entraram na etapa complementar com a corta toda e chegaram ao empate um minuto depois, quando Galeno forçou o erro do promissor Vermeen, Taremi fez um túnel a Alderweireld e assistiu Evanilson para o 1-1.

Ainda antes da hora de jogo, num lance de belo nível, a bola chegou a João Mário na direita, o lateral dançou sobre Bataille e cruzou rasteiro para a finalização de Stephen Eustáquio, num golo de reviravolta muito festejado por Sérgio Conceição.

O Antuérpia, como ficou provado, não tem argumentos para um FC Porto fiel à sua imagem. De qualquer forma, chegou a ameaçar o 2-2, quando Vermaelen cabeceou à trave, na sequência de um canto (63m).

A nota artística pertencia à equipa portuguesa, ainda assim, com Evanilson a emergir como a grande figura da noite. Ao minuto 69, João Mário levantou na esquerda para a área e Pepê – com requinte – tocou de primeira para a finalização do compatriota, igualmente sem deixar a bola cair no chão.

A alegria voltou ao ataque da formação portista, menos produtivo que em épocas anteriores, e muito por culpa do regressado Evanilson, determinado em recuperar a aura de outros tempos. O hat-trick chegaria com um chapéu genial (83m), após nova assistência de Taremi.

(IMAGENS ELEVEN NA DAZN)