Benfica e FC Porto defrontam-se na Luz, no próximo sábado, para o ansiado clássico entre águias e dragões.

O jogo sucede aos compromissos das seleções e, portanto, as escolhas dos treinadores podem ser influenciadas pelo estado dos respetivos internacionais.

O caso mais notório é o de Victor-Nilsson Lindelof. O central do Benfica lesionou-se ao serviço da Suécia e a utilização no eixo da defesa lisboeta pode estar em causa.

Ainda assim, os onzes de Rui Vitória não deverão contemplar grandes surpresas, salvo, claro, imprevistos de última hora. Esses, conforme o nome indica, não entram nestas contas. Nem certamente, na cabeça de qualquer um dos técnicos.

O Maisfutebol comparou os intervenientes do grande jogo por posição, através das estatísticas. Acrescente-se que quando se escreve remates, estão apenas incluídos os remates à baliza e não a totalidade. 

Ederson e um Iker Casillas único

Iker Casillas e Ederson serão titulares. O espanhol é o único totalista entre as duas equipas. Casillas jogou todos os segundos desta Liga, ao contrário do brasileiro.

Ederson tem menos 589 minutos, ou seja, seis jogos e meio a menos do que o número um portista.

Nelson Semedo e Maxi, um mais projetado para golos

O lateral direito do Benfica é um dos mais rodados da equipa, enquanto Maxi Pereira dividiu tempo com Miguel Layún. Os dois tiveram compromissos internacionais, mas seria uma surpresa se um deles não jogasse de início.

No comparativo, destaque para um item em que estão praticamente iguais: o número de oportunidades criadas. O maior desequilíbrio, para além do tempo de jogo, reside no número de assistências. «Nelsinho» é o líder encarnado neste aspeto e até é de observar que, se o Benfica privilegia o lateral-direito nas funções atacantes, o FC Porto fá-lo precisamente pelo lado oposto.

Eliseu e Alex Telles, o negativo do lado direito

O negativo da lateral-direita. Ou seja, se no flanco oposto é o jogador do Benfica quem tem mais minutos e assistências, no lado canhoto é o portista quem lidera. Alex Telles tem sete assistências no campeonato e é, do habitual onze portista, aquele que mais oportunidades cria.

Os números de Eliseu têm menor preponderância no ataque encarnado e confirmam algo que é de fácil análise quando se olha a equipa da Luz: o lateral-direito é sempre mais projetado.

Felipe e Marcano marcam, Luisão e Lindelof não

As duas melhores duplas da Liga, dizem os golos sofridos, têm uma diferença logo à partida à luz da estatística. Luisão tem menos jogos do que Lindelof, Felipe e Marcano. Ou seja, os centrais do FC Porto passaram mais tempo juntos em campo no campeonato.

Porém, e apesar de estarmos a falar de defesas, é nos itens ofensivos que se veem claras diferenças. Os centrais do Benfica não têm qualquer golo ou assistência. Já os azuis e brancos contribuíram para a equipa com seis golos (quatro de Marcano e dois de Felipe) e duas assistências (uma para cada um).

Salvio e André André: há dúvidas?

A titularidade de Toto Salvio pode andar a ser debatida entre adeptos do Benfica, mas seria surpreendente se Rui Vitória não apostasse no argentino, um dos mais utilizados de início na Liga dos encarnados.  

Do outro lado, a dúvida também existe entre André André e Corona. Aqui residirá uma das principais diferenças estratégicas para Nuno Espírito Santo: maior equilíbrio com o português ou risco com o mexicano?

Poder-se-á dizer até que Corona é parecido com Salvio, enquanto os números de André André em comparação com os do argentino do Benfica refletem um tipo de jogo diferente.

Zivkovic e Brahimi: o golo diferencia-os

O sub-21 sérvio não tem assim tão menos tempo de jogo do que Brahimi. Os dois extremos-esquerdos apresentam números algo equilibrados. O golo diferencia-os, porém.

O argelino já faturou em quatro ocasiões, Zivkovic nenhuma. O benfiquista tem duas assistências, o portista três e mesmo na criação de oportunidades estão quase idênticos. Curioso também que itens como drible e passes indicam um estilo diferente de jogo, ainda assim.

Fejsa e Pizzi, Danilo e Óliver: o líder disto tudo

Casillas é o único totalista, Pizzi é o outro jogador que esteve em todas jornadas da Liga. O médio do Benfica é, claramente, o dono do meio-campo encarnado e o principal pensador naquela zona do campo. Do outro lado, tem a equivalência em Óliver.

Com mais dois jogos que o espanhol, Pizzi tem mais golos, mais assistências e é, entre as duas equipas, o jogador que mais oportunidades cria.

Quanto aos médios-defensivos, Fejsa vem de lesão, mas a preponderância no Benfica é tal que Rui Vitória não deve abdicar dele. Tal como Nuno não vai preterir Danilo. O portista tem uma aptidão ofensiva maior de acordo com os números.

Jonas e Mitroglou, Soares e André Silva: golos e mais golos

Três dos quatro melhores marcadores da atual Liga vão estar na Luz no sábado. Onde também estará o goleador maior do campeonato passado. Jonas, Mitroglou, Soares e André Silva sabem de golos como poucos em Portugal.

A dupla encarnada reedita-se, mas o conhecimento vem muito da época passada e menos da rotina desta. A lesão de Jonas afastou-o durante muito tempo da Liga. Já a portista só se criou em janeiro.

É à luz dos números totais de Tiquinho Soares no campeonato que esta comparação é feita e ela, claro, desequilibra-se para o FC Porto em termos estatísticos.

Soares e André Silva têm mais golos e assistências do que Mitroglou e Jonas. E mais 1585 minutos de campeonato. São 17 partidas de diferença. Os parcos números de Jonas escondem, porém, a qualidade do brasileiro e que é impossível não reconhecer.

Caso acredite que sejam outras as opções de Rui Vitória e Nuno Espírito Santo, pode sempre escolher que jogadores comparar.