Apesar de haver uma forte presença da comunidade ucraniana em Portugal, que se calcula em cerca de 60 mil pessoas, a visita do Metalist Kharkiv a Lisboa não está a provocar grande entusiasmo entre os conterrâneos. Espera-se que apenas duzentos imigrantes ucranianos estejam em Alvalade.

A garantia foi dada ao Maisfutebol por Vladimir Neikulin, membro da Associação de Ucranianos em Portugal que está a organizar uma caravana para apoiar no estádio. «Está muito caro para ir ao futebol», diz. «Se houver duzentos ucranianos que estejam no estádio, já fico contente.»

Vladimir Neikulin revela que os adeptos ucranianos estão a combinar encontrar-se na escola ucraniana Divovist, em Benfica. «Vamos pintar um cartazes e uma tarjas e seguimos para o jogo. Não vai haver nada de especial, nenhuma festa tipicamente ucraniana. É dia de trabalho», adianta.

Ora por detrás desta aparente indiferença em relação à presença do Metalist Kharkiv em Portugal, ao contrário do que aconteceu por exemplo com a presença da seleção sub-21 no Euro 2007, está a pouca simpatia que o adversário leonino recolhe entre os ucranianos que moram em Portugal.

«A maior parte dos ucranianos em Portugal são do leste do país, da região que faz fronteira com a Polónia. O Mettalist fica do outro lado, próximo da fronteira com a Rússia. Eu, por exemplo, não conheço ninguém que de Kharkiv que esteja em Portugal. Nem conheço nenhum adepto do Metalist.»

Vladimir Neikulin acrescenta, de resto, que o Metalist Karkiv não consegue aproximar-se de Dínamo Kiev (sobretudo) ou do Shaktar Donnestk (menos um pouco). «É um clube que fez sempre parte do principal campeonato da União Soviética, mas não consegue ter a popularidade dos outros rivais.»

«Nesta altura tem ainda menos porque não há identificação com a Ucrânia. Muitas vezes joga só com estrangeiros. Só o treinador Miron Markevich, que até é da região leste, nos diz alguma coisa. Mas um clube com poucos ucranianos e que vem do outro lado do país, é normal que não crie entusiasmo.»