Costinha começou esta segunda-feira uma nova etapa da sua vida. Depois de jogador e de dirigente, o antigo internacional português resolveu experimentar o papel de treinador. Motivado pelo mentor José Mourinho, Francisco da Costa (diz que quer continuar a ser conhecido como antes) apresentou em Aveiro com ideias muito claras.

«Muita gente se pergunta porque fui escolhido, foi também uma surpresa para mim. É um desafio aliciante, mais fácil era fica em casa, com meus filhos e esposa, mas é uma proposta muito tentadora, de um clube com história muito grande, um clube importante na I Divisão e uma equipa que, acredito, tem qualidade», referiu, como primeira impressão.



«Temos de, todos juntos, tirar o Beira Mar desta situação complicada. Há espaço para isso, é o que vamos tentar fazer, trabalhar dia-a-dia para chegar ao fim-de-semana e tentarmos conseguir a nossa sorte. Em primeiro, temos de ganhar. É importantíssimo ganhar, mas há que devolver a esperança aos jogadores», prosseguiu, usando da experiência acumulada em anos e anos como atleta ao mais alto nível:

«10 jogos sem ganhar é muito jogo. É difícil porque instala-se alguma descrença na cabeça dos atletas. Há que tentar limpar isso da cabeça deles, dar-lhes novo ânimo, fazê-los acreditar que, com trabalho, ambição e união, é possível invertermos a situação. Temos um atraso para os nossos mais diretos adversários e temos de tentar recuperar o mais rapidamente possível seja quem for que nos apareça pela frente.»

«Gostaria de fazer parte da história deste clube»

Escalpelizada a situação da equipa, o novo treinador aurinegro falou um pouco mais de si, das motivações que o levaram a aceitar o convite dos aveirenses, experimentado algo completamente novo para si.

«Comecei a ganhar este bichinho dentro de mim há uns meses e ele aproveitou esta fraqueza, o Beira Mar fez o convite e eu não podia recusar. É uma proposta arrojada, tentadora, muito difícil, mas sou uma pessoa de projetos difíceis e por isso aqui estou, para tentar fazer história. Gostaria de fazer parte da história deste clube», desvendou.

«O Beira Mar é um clube com larga tradição no futebol português, é um clube, em minha opinião, de I Liga e não de II. Se as coisas correrem bem, no futuro, até poderá beneficiar de outras situações e pensar em coisas diferente, mas, neste momento, o mais importante é ajudar o clube a conseguir a permanência e entrar a ganhar», completou.

Com Costinha chega também a Aveiro Tozé, treinador de guarda-redes ex-Naval, que jogou com o «ministro» no Machico. A questão das habilitações do técnico, que tem apenas o primeiro nível do curso de treinadores, será solucionada com recurso a António Ribeiro, olheiro do clube, que possui o IV nível e assim constará nas fichas de jogo como técnico principal.

Antes da apresentação, o antigo jogador do F.C. Porto e Mónaco, entre outros, dirigiu o seu primeiro treino, no qual não participou Nuno Lopes, que apenas fez tratamento a um traumatismo no joelho esquerdo.