As declarações do treinador Diamantino Miranda, após um jogo do Costa do Sol com o Vilankulos FC, são «assunto de Estado», disse José Dimitri, Inspetor Nacional dos Desportos e porta-voz do Ministério da Juventude e Desportos de Moçambique, em conferência de imprensa: «A dignidade, autoestima e a imagem de Moçambique e dos moçambicanos ficaram abaladas com as palavras de Diamantino Miranda, por isso é que este é, desde já, um assunto de Estado e não meramente desportivo.»

Segundo o responsável, as palavras do técnico merecem «medidas exemplares» e os ministérios da Juventude e Desportos, do Trabalho e do Interior, e a Liga Moçambicana de Futebol (LMF) estão a trabalhar em conjunto para resolverem a questão. «A LMF vai fazer o seu trabalho e nós, com base nas disposições laborais e de migração, estamos a fazer o nosso», revelou José Dimitri.

O episódio terá acontecido há duas semanas, após a partida da Liga moçambicana. Diamantino Miranda discutiu com um jornalista, que fazia a cobertura do jogo, reclamando do árbitro do jogo: «Todos aqui são ladrões. Vocês são todos uma cambada de ladrões, você e outros jornalistas são pagos por um prato de sopa. Este país não é sério.»

Na sequência deste incidente, Diamantino Miranda foi suspenso preventivamente pela LMF e aguarda o resultado do inquérito aberto pelo organismo.

Recorde-se que, em Junho, Diamantino Miranda, que cumpre a sua segunda época à frente do Costa do Sol, fez parte de de uma lista de 27 futebolistas e treinadores que, segundo o Ministério do trabalho, estariam em situação ilegal em Moçambique, sendo impedido de trabalhar no país. Mais tarde, o técnico acabou por ser autorizado a continuar o seu trabalho, enquanto aguarda o desfecho do processo.