Os clubes ingleses estão envolvidos em nove das dez mais caras transferências do futebol mundial, este defeso.

Este facto, revelador de que o centro do futebol está na ilha, diz-nos duas coisas: a capacidade de atração da Premier League, desejada por quase todos os jogadores, e o poder do dinheiro dos direitos televisivos. 

O Manchester United, outrora um clube estável, com um plantel equilibrado e algum cuidado (não confundir com acerto...) nas compras, transformou-se no principal gastador. Assustado por ter ficado fora das competições europeias e empurrado pela vontade de mudança de van Gaal, gastou. Gastou mesmo muito.

O empréstimo de Falcao e a cedência de Welbeck ao rival Arsenal foram as últimas operações. Tão complexas que só se confirmaram já de madrugada.

Desde que saiu do FC Porto, Falcao ainda não parou de movimentar dinheiro e fazer manchetes. Mesmo lesionado, mesmo fora do Mundial 2014, parece sempre o jogador mais desejado do mundo. E provavelmente é.

Um empréstimo de um jogador como Falcao, do Mónaco ao Manchester United, nunca será uma operação compreensível. A não ser à luz da necessidade de cumprir o fair-play financeiro. Mas será que isto ainda é cumprir?

Até por causa do tweet sobre o Real Madrid, será difícil voltar a acreditar em juras de amor vindas de Falcao. Mais do que em golos, quando penso em Falcao ocorrer-me uma mala de viagem, sempre feita.

O empréstimo de Falcao aconteceu no mesmo dia do empréstimo de Chicharito, que viajou de Manchester para Madrid, em mais uma operação enigmática. Pelo meio, o campeão europeu já tinha perdido um dos maiores desequilibradores do futebol atual, Di Maria. Tudo menos uma decisão unânime, até no balneário merengue, pelo que disseram Cristiano Ronaldo e Sergio Ramos.

Apesar de tudo, o último dia de mercado não conseguiu produzir algo que ultrapassasse o absurdo do Verão: o valor pago pelos defesas centrais David Luiz e Mangala. Ao pé disto, até os milhões oferecidos por James Rodriguez parecem de repente fazer sentido.