Gostou sempre da resposta competitiva dada pelos atletas?
«Todos os jogadores do F.C. Porto cresceram. Os que jogam menos têm menos possibilidades de crescer, mas a base da equipa evoluiu bastante. Coletiva e individualmente. Por isso os clubes europeus querem o Jackson, o Mangala, o Alex Sandro, o Moutinho, o James, o Fernando... o Fernando cresceu para uma dimensão completamente diferente e é hoje um jogador completíssimo. Se o Porto quiser vender faz fortunas todos os anos. Como já fez novamente com as vendas do Moutinho e do James, aliás. Acredito que se mantivéssemos a mesma estrutura, e encontrássemos um ou dois jogadores rápidos e desequilibradores, evoluiríamos para outro patamar qualitativo».
Faltaram-lhe esses tais jogadores rápidos e desequilibradores?
«Faltaram, sim. Tínhamos muitos atletas de posse, de passe e qualidade, mas faltava alguma agressividade no um para um ofensivo. Em determinados jogos sentimos isso».
O Kelvin encaixaria nesse perfil de atletas que pretenderia para a próxima época?
«Não podemos pedir a um miúdo de 19 anos, que chega do Paraná, uma afirmação imediata. Não basta passar três vezes o pé por cima da bola e temos um jogador feito. O Kelvin faz aquilo uma, duas, três vezes, a equipa está à espera de sequência e ele não dá. Esse tipo de atleta tem de ganhar maturidade tática para que o individualismo se torne positivo. Isso demora o seu tempo, nomeadamente com jovens sul-americanos. E quando esses jovens chegam cá com estatuto de fora-de-série ainda é mais difícil encaixar, porque esta equipa tem uma tremenda maturidade».
Faltou-lhe um bom banco em determinadas situações?
«Tínhamos muitos meninos. Recordo-me do jogo na Luz, esta época. Tínhamos no banco Sebá, Kelvin, Atsu, Castro... o Castro está numa fase diferente, mas todos os outros eram muito jovens e inexperientes. Tínhamos, felizmente, um jogador especial, capaz de fazer várias posições e que foi importantíssimo para nós nestas duas temporadas: o Steven Defour».
Como é que se encontra um Jackson numa cidadezinha mexicana chamada Tuxtla Gutierrez e num clube modesto como o Jaguares?
«O Jackson foi encontrado há três anos. Custava muito pouco dinheiro. Entretanto, mudou-se da Colômbia para o México e continuou a ser um avançado, do meu ponto de vista, evoluidíssimo. Tecnicamente fantástico, possuidor de uma personalidade forte, com argumentos para ser de top mundial. Acredito que com o crescimento, o profissionalismo e a maturidade que tem, será um dos melhores do mundo. Já devia ter vindo há muito tempo, já devia ter vindo na época passada».
Faltou-lhe um Jackson no seu primeiro ano?
«Senti muito essa falta. Para ganhar o campeonato, e bem criticado fui por isso, tivemos de desviar o Hulk para o meio. De outra forma não tínhamos conseguido ser campeões».
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