*Enviado-especial ao Euro 2016

A Alemanha está nos quartos de final do Euro 2016, e fica à espera de Espanha ou Itália para um embate que deixa desde já grande expetativa, seja qual for o adversário. Em Lille, a formação de Joachim Low foi claramente melhor do que a Eslováquia, a maior parte do tempo abafada no seu meio-campo, venceu por 3-0 e poderiam ter sido mais.

Um golo cedo, aos oito minutos, e um penálti para acabar com as dúvidas ainda antes do primeiro quarto de hora, é o cenário ideal para qualquer equipa. A Alemanha, à segunda oportunidade, depois de Kozacik ter defendido para canto um cabeceamento de Khedira, marcou mesmo. O pontapé do quarto de círculo provocou o desequilíbrio, com a bola a cair numa zona vazia, à entrada da área. Boateng rematou, ainda desviou em alguém e bateu o guarda-redes eslovaco, que seria herói seis minutos depois. Skrtel carregou as costas de Mario Gomez, e o polaco Symon Marciniak viu. Özil colocou bem, mas o voo tirou uma vantagem quase inultrapassável do pé esquerdo do jogador do Arsenal.

Quando o resto falha há Neuer

A Eslováquia demorou muito tempo a conseguir sair, e na sua melhor jogada, aos 41 minutos, Manuel Neuer evitou com uma defesa enorme o que seria o empate. Pelarik cruzou da direita, Kucka ganhou no ar a Kimmich e o keeper alemão desviou para canto. Antes, só aos 20, a equipa de Ján Kozák, tinha conseguido algo de nota, numa tabela de Weiss com Skriniar, que acabou com um corte de Hummels. No entanto, a terminar essa primeira parte, esse sinal de crescimento da Eslováquia parecia voltar a levar à discussão de que os homens de Low voltavam a perder o controlo do jogo, como tinha acontecido frente à Polónia. Só que tal não iria acontecer.

A abafar quase toda a equipa adversária, que deixava Duris na frente para servir de referência nas transições, a Mannschaft, bem comandada pelo excelente Kroos, mostrava todo o seu poderio na construção: futebol apoiado, laterais projetados para combinações ou definir com cruzamentos, movimentações constantes de Özil, Draxler, Khedira e Müller, ordem para carregar sobre o adversário direto e rematar de primeira com espaço – como fez o gunner numa das melhores oportunidades do primeiro tempo. No meio, Mario Gomez para ser o fim de tudo. O 2-0, em cima do intervalo, nasceu da projeção de Hector pela esquerda, e da qualidade individual de Draxler, que serviu então a finalização de… Gomez. Com o avançado, que não tinha estado no nulo com a Polónia, o futebol da campeã do mundo ganha outra dimensão.

Com 2-0 ao intervalo, as dúvidas estão finalmente perto de terminar. A mostrar pouca consistência ofensiva até aí, completamente manietados por um dos grandes candidatos ao título, os eslovacos teriam sempre de marcar cedo para ainda ter alguma esperança de chegar aos quartos de final. E, talvez essa sim a missão mais complicada, impedir que a Mannschaft aumentasse a diferença. Refém de um muito apagado Hamsik, e sem que Vladimir Weiss também surgisse como escudeiro do homem do Nápoles, as intenções que houvesse pareciam mortas à partida.

Mais disponível, e… 3-0

Kucka ameaçou Neuer, com um remate de fora da área logo aos 50 minutos, mas o guarda-redes encaixou. Depois, a Eslováquia ganhou uns quantos livres, mas aí o médio também não conseguiu fazer estragos.

Quando a equipa de Kozák parecia mais disponível, a Alemanha marcou. Aos, 63 minutos, Hummels foi mais forte no duelo aéreo, na sequência de um cruzamento da direita, e Draxler viu a bola chegar-lhe sem que estivesse marcado. O remate, de primeira, é perfeito. E o jogo acabou.

Low percebeu-o rapidamente e geriu o plantel. Draxler e Boateng primeiro, e depois Khedira saíram para dar lugar a Podolski, Howedes e Schweinsteiger. Kroos ainda falhou o quarto nos descontos.

A Alemanha está de boa saúde.