Na antevéspera do jogo com o Sporting, Vítor Baía viveu uma situação desagradável, que não será tão fora do comum entre os jogadores, tantas vezes alvos demasiado fáceis. Após o almoço, quando seguia para o seu automóvel, foi interpelado por uma pessoa, que terá usado frases menos próprias e o jogador do F.C. Porto não se deixou ficar. De um lado fala-se de agressão, do outro de um mero chega para lá.
O incidente ocorreu ao início da tarde em frente ao restaurante «Graça da Vila», em Vilar do Andorinho, freguesia de Vila Nova de Gaia. Um local muito frequentado por alguns atletas portistas, dado ficar relativamente perto do Centro de Treinos de Olival. Estes dados são confirmados por todas as partes, assim como o facto de Baía ter almoçado com Ricardo Costa e Paulo Ribeiro depois do treino da manhã.
As contradições nas versões começam a aparecer quando se entra no terreno da agressão ou da não agressão. Fonte próxima do jogador informa que o indivíduo «insultou Vítor Baía, que lhe pediu para parar, uma vez que não o conhecia de lado nenhum». A mesma pessoa atravessou a rua e foi ter com o guarda-redes, tendo dado «um pontapé no seu carro». Apercebendo-se da situação, «algumas pessoas que estavam no restaurante acorreram ao local», enquanto Baía entrou no automóvel e ausentou-se do local. Os restantes incidentes poderão ter ocorrido entre outras pessoas, que não o guarda-redes, por isso está «tranquilo».
Fonte oficial do F.C. Porto também contactada pelo Maisfutebol avançou com dados idênticos, explicando que Vítor Baía apenas «empurrou» a pessoa em causa quando esta se encostou a ele num momento mais intenso da discussão. O jogador encaminhou-se para o interior do automóvel e terá sido aí que surgiu o tal «pontapé» no chassi do veículo de marca Smart. Quanto ao envolvimento dos outros jogadores, é dito que Ricardo Costa «tentou apenas evitar o escalar da situação, ajudando a pessoa» que estaria a ser agredida por outros.
Queixa na GNR
O senhor Herculano Magalhães, de 52 anos, apresenta uma versão ligeiramente diferente, o que motivou uma queixa na GNR de Canelas, no próprio dia, por «ofensas à integridade física simples», segundo relatam as forças policiais. Esta terça-feira executou a perícia médica no Instituto de Medicina Legal.
«Olha, o que a minha mulher gostou foi daquele frango que deste na Luz porque ela é benfiquista». Esta terá sido a frase que incendiou os ânimos no momento em que o «adepto do F.C. Porto» se cruzou com o jogador. Atravessando a rua para o passeio onde se encontrava Baía, a conversa aqueceu, como conta:
«A dado momento ele disse: para a idade que tens já devias ter juízo. Quando cheguei à beira dele disse-lhe: olha, apesar de teres tanto dinheiro, não me devias falar assim. Ele respondeu-me: está mas é calado, senão dou-te um murro. Eu disse: se queres dar um murro dá. Por acaso até pus a cara para mais perto dele. Ele aproveitou e deu logo um soco, partindo-me os óculos. Eu também me agarrei a ele e logo a seguir o Ricardo Costa saiu do restaurante, juntamente com outras quatro pessoas que deviam estar com eles. Foi aí que me acertaram e um até me deu um pontapé no pescoço».
Retirando os pormenores, o essencial é que Herculano Magalhães não consegue concretizar se Ricardo Costa lhe terá agredido: «Ele não me bateu. Não sei se ele apareceu para me separar ou para outra coisa, mas sei que me agarrou nos braços. Apresentei queixa contra os dois porque era os que conhecia». Quanto ao pontapé no veículo de Baía, explica que tal não aconteceu: «Eu não dei pontapé. O que se passou foi que apanhei tantas que me mandaram contra o carro». Um caso para a polícia resolver.