Vítor Lima, 24 anos, chegou ao Falkirk da mesma maneira que Jonas e Pedro Moutinho carimbaram a passagem de Portugal para o futebol escocês. «O Latapy viu um jogo do Ac. Viseu e gostou das minhas características. Contactou-me, conversámos e não foi difícil chegarmos a acordo», explica este médio-defensivo formado nas camadas jovens do V. Guimarães e internacional português dos sub-15 aos sub-20.
Mal recebeu o convite, nem pensou duas vezes. Estava a viver uma situação dramática, vítima de salários em atraso de um clube que não conseguiu cumprir com os seus objectivos: «Foi uma experiência muito desagradável e que não desejo ao maior inimigo. Um dos grandes factores que me levou a vir para a Escócia foi saber que não iria passar por esse tipo de dificuldades».
No Falkirk, Vítor Lima transformou-se no vértice defensivo do meio-campo, sendo ele quem estaca o poder ofensivo do organizador do lado contrário. «É um jogador muito importante na equipa do ponto de vista táctico. Tem técnica, gosta de roubar a bola aos adversários e faz a equipa jogar, porque também sabe colocar a bola», explica Latapy, treinador-adjunto, 37 anos, a estrela da equipa.
Mas esta não é a primeira experiência de Vítor Lima no estrangeiro. Formou-se no V. Guimarães e desertou para Espanha, na época 1999/00, em conflito com o clube minhoto. Bruno Tiago (Gil Vicente) e Makukula (Sevilha) acompanharam-no para o Salamanca, mas a experiência esteve longe do sucesso desejado: «Era muito jovem, estive sozinho longe do meu país e a minha adaptação foi muito difícil». Ainda passou pelo Laganés, mas acabaria por regressar a Portugal, onde esteve três épocas no Taipas antes de representar o Ac. Viseu. «Agora, não me passa pela cabeça regressar ao meu país».