A FIGURA: Carlos Eduardo
Veio para ficar. Qualidade óbvia em tudo o que pensa e executa. Acelera o jogo como poucos, trata a bola com requinte, define linhas de passe de cabeça levantada e, não menos importante, preenche uma parcela de terreno impressionante. Cai na esquerda, sprinta para o meio, tabela e vai aparecer à direita. O seu aparecimento é a melhor notícia para o FC Porto nos últimos tempos. Mais duas assistências para golo e ficou a centímetros de fazer uma obra-prima, aos 74 metros. Para tudo acabar em beleza, um pontapé monumental a assinalar o seu primeiro golo de azul e branco. Tanto para só um jogador.

NEGATIVO: pouco Olhanense
Paulo Alves tem uma tarefa dura pela frente. Este Olhanense é curto em todos os vetores do jogo. No Dragão expôs todas as fragilidades e raras vezes mostrou capacidades de equipa da I Liga.

MOMENTO DO JOGO: a bicicleta quase perfeita
Minuto 40. Não entrou, mas merece este sublinhado especial. Um pontapé de bicicleta maravilhoso de Jackson, após uma receção tão boa ou melhor. São estes momentos que levam pessoas aos estádios. Mesmo quando não dão golo, como foi o caso.

OUTROS DESTAQUES:

Vid Belec
Uma mão cheia de grandes defesas antes de sofrer o golo de Mangala, outro punhado delas no período subsequente. Tem no currículo três jogos na Liga Europa, ao serviço do Inter de Milão, e vê-se que é um guarda-redes de boa qualidade. Só não defendeu o que lhe era impossível. Chegou a ser milagroso no primeiro tempo.

Jackson Martinez
Bola no peito, a subir ligeiramente e o pontapé de bicicleta a sair poderoso e só muito ligeiramente desviado. Se entrasse seria, obrigatoriamente, candidato favorito a melhor golo de 2013. Não marcou aí, marcou aos 54 num golpe de cabeça. Sexto golo nas últimas seis rondas da Liga. Jackson tem apontamentos ilustres, ao nível dos melhores do mundo na função de ponta-de-lança. Por vezes ausenta-se, caminha de lugar perdido, para reaparecer sempre felino e instintivo.

Mangala
Surge nestes destaques pelo golo, desbloqueador, e não pela qualidade excelsa da exibição. Nestes jogos diante de equipas muito recuadas, um lateral tem de ser ofensivo, participativo, agressivo. Mangala cumpriu bem, sem fazer esquecer o talento natural de Alex Sandro. É uma solução interessante para o lugar, mas nunca uma primeira opção. O golo, lá está, foi importante e bonito. Cabeceamento fortíssimo após canto de Carlos Eduardo.

Fernando
Foi o primeiro a puxar pela equipa, a aumentar o ritmo e a arriscar o remate. Depois de ter posto as coisas no respetivo lugar, relaxou. Muito bem.

Licá
Veste a camisola e sente em demasia o peso do emblema. Isso é notório, principalmente quando as coisas não lhe saem bem. Cada ação, por mais primária, é uma preocupação para Licá. Tem atitude, raça, velocidade, mas não está a conseguir divertir-se em campo. Tudo é esforço, tudo é angústia. Não leva nota negativa, pois fez coisas boas também, mas a ideia mais forte é a supracitada. Tem de se libertar rapidamente desta nuvem de excessiva responsabilidade.

Femi Balogun
É um jogador circense, malabarista. Sentou Fernando uma vez e Danilo outra. Seria curioso vê-lo num contexto mais favorável às suas características.