[artigo atualizado]

O relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) defende que não existem indícios de anomalias na estrutura da bancada do estádio do Estoril, que apresentou fissuras durante o último Estoril-FC Porto, de segunda-feira.

As fissuras que surgiram não estão relacionadas com os alicerces da bancada, mas com a laje onde assentam as cadeiras.

«A zona interior da bancada é utilizada para acessos, instalações sanitárias, bares, arrumos e postos de socorro. É constituída por uma laje, betonada, diretamente sobre o aterro (laje térrea) e contra os pilares, sem ligação estrutural. Nessa laje, apoiam-se as paredes divisórias interiores (de alvenaria de blocos). Esta zona interior é, assim, uma construção independente da estrutura da bancada», lê-se no relatório do LNEC.

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No mesmo documento é acrescentado que, «no que se refere à estrutura da bancada, até à data não foram detetadas evidências de comportamento estrutural anómalo». As visitas de inspeção não detetaram indícios de «comportamento deficiente da estrutura» e o LNEC não recebeu nenhuma informação que indicie comportamentos anómalos no passado.

No entanto, acrescenta-se, «as anomalias existentes na zona interior da bancada são de tal forma expressivas que exigem a demolição da laje térrea e a elaboração de um projeto de reabilitação dessa zona».

Isto porque «o estrondo alegadamente ouvido durante o intervalo» resultou «essencialmente da rotura da laje térrea em redor do pilar situado nessa instação sanitária».

«Os danos decorrentes do incidente concentram-se na zona da rotura da laje térrea e tem expressão muito mais significativa que os restantes [anteriores ao incidente]», pode ler-se ainda, concluindo que tudo isto obriga a realizar exames mais específicos para elaborar um parecer mais completo.

«Só após o apuramento das causas das anomalias identificadas é que será possível julgar se a segurança da bancada poderá ser comprometida, devido à evolução dessas causas», adianta o relatório do LNEC.

Por isso, e em jeito de conclusão, é referido que «embora, até à data, não existam indícios de comportamento deficiente da estrutura da bancada, é necessário um melhor apuramento das causas das anomalias identificadas para se avaliar sobre a evolução da respetiva segurança».

O LNEC emitirá um novo parecer, mais conclusivo, após o Estoril realizar três ações na bancada, entre elas a demolição da laje térrea da bancada.