«É o número 10/Finta com os dois pés/É melhor que o Pelé/É o Deco, olé, olé»

Deco encerrou a carreira a 26 de agosto de 2013. Quase um ano depois, a despedida oficial, a homenagem dos dois clubes mais importantes para o antigo jogador na sua passagem pelo futebol europeu: FC Porto e Barcelona.

O luso-brasileiro concretizou um desejo e voltou a pisar o relvado do Estádio do Dragão. Foi uma noite mágica, como certamente Deco merecia, e reservou dois golos, um com cada camisola. No final, um democrático empate (4-4)

Foram dias intensos para o antigo craque e as pessoas que o rodeiam. Com a ajuda dos clubes, reuniu figuras históricas e foi recompensando com a presença de cinquenta mil pessoas nas bancadas.

O FC Porto de 2004 respondeu à chamada sem baixas de peso, ao contrário do Barcelona de 2006, como é natural, face à distância.


Ronaldinho Gaúcho foi a grande ausência, a par de Xavi e Puyol, mas Messi cumpriu a promessa e regressou ao Estádio do Dragão, onde fez a sua estreia pela equipa principal do Barcelona. Deco agradeceu o gesto.



Antes do encontro, num dia repleto de compromissos, Deco levou algumas figuras do clube catalão ao museu do FC Porto, onde está a sua estátua.

Seguiram-se as emoções mais intensas. O luso-brasileiro a receber as primeiras ovações no relvado, no período de aquecimento. Os abraços de nomes com quem conquistou títulos e partilhou balneários.

A poucos minutos do início da festa, Deco entra no retângulo de jogo, pega no microfone e apresenta os seus convidados, um por um. Nota-se a alegria.

Com a bola nos pés, a magia de sempre. Um domínio irrepreensível, ao nível dos melhores. Cabeça levantada, sempre à procura de uma linha de passe. Deco pouco corre mas está em todo o lado. Ao 14º minuto de jogo, após bela jogada de envolvimento, a assistência para um golo de Benni McCarthy.
Foram 35 minutos com a camisola do FC Porto. No início da segunda parte, o reservo da medalha, Deco vestido à Barcelona, a saltar do banco com Samuel Etoo e Leo Messi. A tripla agita o encontro.

Já perto da hora de jogo, Messi isola-se, Bruno Vale defende para a frente e Deco, com as redes à mercê, acaba por marcar. Sorri mas pede de imediato desculpas aos adeptos do FC Porto.


Tudo ficaria resolvido em cima da hora, com o Mágico a vestir novamente de azul e branco. 3-4 no marcador e uma bola na área, o luso-brasileiro sem oposição a fixar o resultado final com classe.

Foi uma festa bonita, como Deco merece. Terminou com a volta ao relvado, a família logo ao lado, e o reconhecimento do Dragão. Até sempre.