Rio Ferdinand deixou de trocar mensagens com Cristiano Ronaldo nos últimos tempos. Os dois jogadores são amigos, mas com a aproximação do Real Madrid-Manchester United de Liga dos Campeões preferem deixar a conversa de lado, até passar o grande confronto. A revelação é de Ferdinand, a antecipar o duelo dos oitavos de final da prova, com a primeira mão marcada para quarta-feira.

«É um jogo que vai toda a gente ver, porque tem tanta coisa associada», começa por dizer o defesa do United, em entrevista à revista da Liga dos Campeões, falando depois da sua amizade com Ronaldo e das tais trocas de SMS: «Trocámos algumas mensagens, mas quando chegamos a uma situação destas, em que vamos defrontar um amigo, as mensagens e as conversas ficam de lado e não falamos até deixarmos o jogo para trás.»

Ferdinand não tem de resto dúvidas de que Cristiano Ronaldo terá uma «receção fantástica» em Old Trafford na partida da segunda mão, a 5 de março: «Os adeptos valorizaram o que ele fez aqui e continuam a cantar o nome dele, desde que saiu. Chegou como um miúdo e saiu como um jogador de classe mundial. Mostrou muito respeito quando saiu e continua a mostrar.»

E agora, como travar Cristiano Ronaldo? «Mete-se tanta gente quanto possível à volta da bola quando ele a tem!», começa por brincar Ferdinand: «Não, o Real Madrid é uma boa equipa e temos de garantir que nos organizamos bem em todo o campo para defender.»

Ferdinand é, com Scholes e Giggs, um dos três sobreviventes da equipa do United que esteve no último confronto com o Real Madrid: em 2002/2003, nuns quartos de final que acabaram com os 4-3 de Old Trafford e um hat-trick de outro Ronaldo, o Fenómeno. Mas não é o avançado brasileiro que Ferdinand recorda desses tempos. O terror do central inglês era Raúl. «Era muito difícil defrontá-lo. Estava lá na frente e perguntava-te: «Queres vir aqui marcar-me? Se vieres aqui vai haver alguém pelo espaço que deixares, ou então eu pego na bola, dou a vola e jogo no espaço que deixaste.» No que diz respeito a fazer-nos pensar, era definitivamente o jogador mais inteligente contra quem já joguei.»

Raúl só é superado por Messi no seu ranking. «Nas duas finais da Liga dos Campeões que jogámos (derrotas com o Barcelona nas finais de 2009 e 2011), o Messi foi de facto a grande diferença», diz.