Artigo originalmente publicado pelo Maisfutebol a 18 de outubro de 2001, numa visita de Johan Cruijff a Lisboa. Recuperado por ocasião da sua morte, a 24 de março de 2016. 

O olhar intenso e atento é a única coisa que permanece inalterada em relação às imagens televisivas e aos registos em vídeo dos seus tempos de glória. Mais velho - 54 anos cumpridos a 25 de Abril - mais grisalho, magro como uma lâmina, como sempre, Johan Cruijff continua a ser uma das vozes a que é realmente indispensável prestar atenção no universo ruidoso do futebol. 

Foi há já cinco anos que deixou os grandes palcos, abandonando o comando técnico de um Barcelona que pacientemente, entre 1988 e 1996, construiu à sua imagem e semelhança: polémico, ousado, sedutor e, inevitavelmente, ganhador.  

Na visita-relâmpago que fez a Lisboa, esta quinta-feira, por ocasião do lançamento de um curso destinado a dar formação de dirigentes a praticantes desportivos, Cruijff pediu aos jornalistas para deixar o futebol jogado fora das conversas. O seu objectivo é, como sempre, ir um pouco mais longe. Para lá dos nomes, das equipas, dos jogos, dos golos, o holandês têm uma visão global do fenómeno futebolístico e quer lutar por ela. 

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