O Chile fez o «bis» ao bater novamente a Argentina nas grandes penalidades, num jogo em que o metro quadrado esteve muito caro.

Foi uma batalha do início ao fim e só nos penáltis os jogadores tiveram espaço para rematar à baliza da melhor forma. Aí Messi e Biglia cederam à pressão e por isso o título caiu nas mãos dos chilenos (apenas Vidal falhou).

Nem mesmo a jogaram 10 para 10 desde os 43 minutos da primeira parte as equipas conseguiram ganhar espaço e criar perigo e os equilíbrios pautaram este jogo. Assim o cronómetro foi correndo até chegar aos penáltis.

O jogo terminou empatado sem golos e repetiu-se o cenário da final de 2015 entre estas duas equipas.

Tal como há um ano, a seleção das pampas deixou fugir a competição que não vence desde 1993 e o desespero de Messi no final significa tudo. A desilusão argentina que nos últimos três anos perdeu as três grandes competições que disputou.

Vamos então ao filme do jogo.

Bola ao centro e quase golo da Argentina. Ever Banega aproveitou uma bola perdida no meio campo chileno e não pediu licença. Rematou com a bola a passar perto da baliza de Bravo.

Dali até novo lance de perigo passaram 16 minutos com muitas faltas e muitas picardias pelo meio. Muita intensidade a meio-campo, com uma luta muito muito intensa pela procura da bola e com vários exageros de parte a parte que resultou em muitos cartões e em expulsões.

Ora aos 17 minutos, Diaz travou de forma dura Leo Messi e viu o primeiro amarelo. O astro argentino atirou para as mãos de Bravo.

A Argentina controlava, estava mais esclarecida e teve dez minutos muito bons entre os 17 e os 27 minutos.

Di Maria atirou por cima de pé direito logo aos 19 e dois minutos volvidos, Higuaín teve nos pés o golo, após um erro clamoroso de Medel. O central chileno perdeu a bola quando era o último elemento da sua defesa e viu o atacante do Nápoles disparar para a baliza, mas na cara de Bravo desperdiçou.

Os argentinos continuaram por cima e Otamendi de cabeça causou perigo, com a bola a rasar o poste esquerdo de Bravo.

Do Chile nada se via, a não ser pressão, luta e vontade. As transições não estavam a sair muito por culpa de uma Argentina segura e com um meio-campo combativo. Messi sempre que tinha espaço (e foi raro) desequilibrava e aos 28 minutos ‘sacou’ o vermelho a Diaz.

O culé arrancou, meteu a bola por um lado e embateu no defesa. Falta? Sim. Amarelo? Não. O Chile ficava reduzido a dez muito cedo, mas daqui nada veio de bom para a Argentina.

Os chilenos não acusaram a saída e o jogo tornou-se mais duro e com muitas quezílias. Vidal e Mascherano pegaram-se em seguida, aos 39 minutos os chilenos exigiram o amarelo por simulação a Messi e o (fraco) árbitro brasileiro Héber Lopes concedeu e logo a seguir Marcos Rojo seria expulso.

Bola em Vidal, que ia receber de costas para a baliza, só que Marcos Rojo entrou de forma dura por trás e o juiz não hesitou. Vermelhor direto no meio da confusão e o caldo entornado.

O intervalo seguiu-se, mas com a nota de que a partir da expulsão de Diaz o Chile foi melhor, embora sem qualquer lance de perigo na primeira parte.

O segundo tempo começou mais calmo, com os jogadores com mais juízo e o Chile a dominar. Muita posse, pouca objetividade e teve de ser o lateral Mauricio Isla a tentar de longe aos 55 minutos. Foi o primeiro remate da partida da Roja, sem perigo.

Tata Martino resolveu mexer em busca do meio-campo perdido e colocou Krannevitter tirando Di Maria do relvado, ele que vinha de lesão e esteve muito discreto.

Só que o Chile continuou com a posse de bola, numa tentativa de adormecer a Argentina e conseguiu-o. Chegaram mesmo aos 60 por cento de posse de bola e anularam Messi e Higuaín na frente da albiceleste...e adormeceram o jogo!

A partir do minuto 65 a Argentina foi começando a ganhar novamente a posse de bola, mas Bravo e Romero eram meros espetadores. O metro quadrado continuava caro e dar mais do que três toques na bola era difícil e isso não ajudava à criação de oportunidades.

Aguero entrou para o lugar do desafortunado Higuaín e de longe tentou a sorte, mas muito torto.

O Chile manteve-se fiel a si próprio, sempre a sair de trás, com os centrais, mas esbarrava no miolo argentino, que mal recuperavam procuravam Messi e Aguero, contudo sem efeito. Jogo de empates e equilíbrios com muito pouco brilho.

Aos 79 minutos, Alexis deu um ar da sua graça e fez um passe soberbo a lançar Vargas na direita. O avançado do Hoffenheim seguiu para a baliza e rematou cruzado para defesa de Romero, a primeira do encontro.

A este ataque chileno, seguiu-se a resposta de Aguero. Messi fez um passe com a medida e força certa, mas o pequeno avançado do City atirou para as nuvens.

As duas seleções pareciam satisfeitas com o empate e estavam mais preocupadas em não perder do que em ganhar, só que Alexis esteve muito perto de dar ao título em cima do minuto 90.

Lance individual na esquerda de Puch na linha, cruzamento rasteiro para a pequena área, Alexis desvia mas Funes Mori salva a Argentina, que no contragolpe quase fez golo por Messi, que conduziu e rematou por cima.

O jogo terminou em seguida e a final seguiu para prolongamento, tal como no ano passado.

Aqui as equipas tiveram verdadeiramente lances de perigo e Romero e Bravo foram obrigados a brilhar pela primeira vez no jogo.

Primeiro Vargas de cabeça obrigou o guardião argentino à estirada e na resposta, Messi bateu um livre para a cabeça de Aguero, que obrigou Bravo à defesa da final. Que voo do guarda-redes do Barcelona!

Até final ninguém conseguiu mais perigo e o jogo seguiu para as grandes penalidades. Aí decidiu Francisco Silva, ao marcar o quinto penálti chileno, após Bravo ter parado o remate de Biglia.

Bicampeonato para o Chile, loucura em Santiago e no Metlife Stadium, que teve 82 mil pessoas nas bancadas.