No Seixal, o dérbi entre os eternos rivais prometia emoções à flor da pele, muito por aquilo que ambas as equipas andavam a fazer nos últimos tempos.

Os encarnados vinham de uma série de seis jogos sem vencer, enquanto os leões somavam já três partidas consecutivas com o mesmo desfecho.

Talvez tenha sido por isso que nos instantes iniciais tenha sido notória uma ansiedade extrema de chegar ao golo, sobretudo do Sporting. E foi por pouco que de facto não aconteceu. Um erro da muito nervosa defesa encarnada quase deitava tudo a perder, mas André Ferreira negou o golo a Ronaldo com uma boa mancha, estavam corridos apenas 8 minutos.

Os verde e brancos continuaram por cima até sensivelmente ao primeiro quarto de hora, altura em que os da casa começaram a assumir as rédeas.

O último sinal de vida do Sporting no primeiro tempo surgiu dos pés de Pedro Delgado. Uma bomba de fora da área que cheirou a golaço mas não passou de ameaça.

O Benfica respondeu também com uma bomba. Gilson colocou a potência da bota no máximo e obrigou Pedro Silva a aquecer as luvas aos 25 minutos, naquela que foi a principal ocasião de perigo das águias na primeira parte.

Ao intervalo, ocasiões de perigo concretas eram duas, uma para cada lado. Depois da entrada a todo o gás do Sporting, o Benfica conseguiu equilibrar e assumir o controlo na maior parte do tempo.

FILME DO JOGO

O segundo tempo trouxe mais alguma emoção ao jogo mas não a eficácia. O Benfica iniciou da forma como havia terminado, isto é, por cima do jogo, mas os leões responderam bem, tentando explorar o espaço nas costas da defesa adversária para cheirar a baliza.

Numa segunda metade mais repartida, coube ao Benfica as principais oportunidades de golo, sendo que a de José Gomes aos 56’ foi a única que ainda levou os poucos milhares de adeptos a gritar golo.

OS JOGADORES QUE VALE A PENA SEGUIR

Se tivessem pedido aos presentes para eleger o melhor período do encontro, estes iriam escolher certamente os últimos dez minutos, marcados por diversas oportunidades de golo, as tais que escassearam durante toda a partida.

O Sporting cresceu e conseguiu causar calafrios ao Benfica sobretudo através de bolas paradas. Valeu nessa altura a concentração de André Ferreira que negou por três vezes o golo ao rival.

Do outro lado o Benfica também ameaçou, aproveitando os espaços deixados pelos leões na defesa, mas as duas tentativas esbarraram no guardião Pedro Silva.

Empate que se aceita num dérbi que, tal como a noite, foi muito frio, gelado até. Os últimos dez minutos valeram o bilhete para o jogo mas de resto esperava-se mais para um encontro onde estava em jogo tanta coisa, principalmente o regresso às vitórias de ambas as equipas.

Muitas promessas em campo mas uma certeza: os três pontos ainda não foram desta.