As revelações de Roy Keane sobre a carreira e antigos companheiros continuam a surpreender. Em entrevista, o ex-jogador não poupou antigas estrelas como Paul Scholes e Gary Neville.
 
Questionado sobre o facto de Gary Neville, agora comentador de televisão, ter conquistado a admiração dos críticos e o afeto até de adeptos de outros clubes que não o Manchester United, Roy Keane não teve papas na língua. «Não acho que ele tenha conquistado isso. Vejo alguns jornais a dizer que ele é o maior, mas depois vejo que ele é colunista desses jornais».
 
Também Paul Scholes foi alvo de comentários menos simpáticos. «As pessoas diziam que ele era humilde, tímido, e por isso não queria dar entrevistas na altura do United, mas na verdade ele não queria incomodar-se com isso. Nenhum de nós gostava de dar entrevistas, mas era nossa responsabilidade faze-lo. Agora ele dá entrevistas, não dá? Talvez o pagamento seja melhor agora», disse, frisando que «diria o mesmo em frente a Scholes».

Sobre as entradas duras de que é acusado, Keane afirmou: «Não estávamos a jogar xadrez. Era futebol de alta competição. Também era alvo de entradas duras e não ia choramingar para o Twitter por causa disso».

Keane falou também sobre as polémicas saídas e os desentendimentos com Alex Ferguson. «Beber era o meu hobby, suponho. Não sinto orgulho nisso, era uma característica minha. Não sei porquê, talvez por ser irlandês ou por ter vivido sozinho. O tédio tomou conta de mim», explicou.

«Foram várias as vezes em que Ferguson me repreendeu. Tivemos muitas discussões sobre os meus problemas com o álcool. Saía sempre aos domingos à noite, mesmo que tivéssemos jogo na quarta-feira. Era solteiro, tinha 21 anos».