O quadro de resultados deste domingo na Premier League parece mentira. A culpa não é só do Manchester United, que foi perder ao terreno do Leicester por 5-3, depois de ter chegado a estar na frente, aos 3-1. Bem, é muito culpa dos «red devils», responsáveis pelo resultado mais insólito da ronda. Mas há ainda os primeiros pontos tirados ao Chelsea por ninguém menos que Frank Lampard, além das derrotas caseiras de Tottenham e Everton.

O resultado-choque foi, claro, o do Manchester United de Van Gaal, de novo capaz do melhor e do pior. Nunca, em 853 jogos na Premier League, os «red devils» tinham perdido depois de terem dois golos de vantagem. No final, o treinador assumiu os erros da equipa, por não ter sabido matar o jogo. E diz quem ouviu que no balneário os jogadores ouviram das boas. Uma versão holandesa do «hair dryer treatment» que Alex Ferguson tornou famoso.


Depois do espanto, o ponto da situação. O Chelsea continua na frente, com 13 pontos, três de vantagem sobre o fantástico Southampton de José Fonte que, depois de ter perdido os seus principais jogadores no defeso, reaparece para um grande início de época, e do Aston Villa, lá por cima apesar de ter perdido com o Arsenal.

A jornada também foi estranha na Alemanha. Nenhum dos favoritos venceu: o Bayern Munique ficou a zero em casa do Hamburgo, último classificado, num jogo em que Pep Guardiola optou por poupar de início vários elementos, como Lewandowski, Muller, Gotze ou Xabi Alonso, ainda perdeu Robben no aquecimento e que não conseguiu resolver, mesmo depois de ter feito entrar alguns dos jogadores que quis fazer descansar. Não ficou por aí. 

O Borussia Dortmund também foi surpreendido pelo Mainz e, neste domingo, o Wolfsburgo goleou o Bayer Leverkusen (4-1), que tinha a oportunidade de se isolar na frente, com um golo do português Vieirinha pelo meio. No meio disto tudo a ronda 4 acaba com um líder chamado Paderborn. Estreante na Bundesliga, o clube com orçamento mais baixo do futebol alemão, que venceu o Hannover com um golo do outro mundo, um remate a 83 metros de distância!



Mais coisas insólitas na Bundesliga. Na época do regresso de Shinji Kagawa, tão aclamado pelos adeptos do Dortmund, o melhor marcador do campeonato nesta altura é japonês, mas chama-se Shinji Okazaki, que somou o quarto golo da temporada frente à equipa de Jurgen Klopp.

Se a Premier League somou pontos no que diz respeito à capacidade de entusiasmar e surpreender e a Bundesliga também tarda em repor o equilíbrio de forças, em Espanha o sinal é contrário. Real Madrid e Barcelona esmagaram. Os merengues foram à Corunha vencer o Deportivo por nada menos que 8-2. Números de recorde, nunca na história da Liga tinham marcado tantos golos fora de casa.

Foi fim de semana de Cristiano Ronaldo, mais um. Apesar dos problemas físicos de que tanto se falou, ele continua a estabelecer novos limites. Três golos num terreno onde nunca tinha marcado, há agora um único estádio em Espanha que não viu golos seus: Anoeta.

Mantendo a bitola, o Barcelona fechou o domingo com uma «manita» ao Levante, nada menos que 5-0. Mas houve, vá, um resultado de sinal contrário, que acabou por ser a notícia da ronda em Espanha. O Celta Vigo foi ao Calderón empatar o campeão At. Madrid, um 2-2 que deixou os colchoneros a quatro pontos do líder Barcelona. O segundo é agora o Sevilha, que venceu em Córdoba. Com Beto no banco, a regressar de lesão, e com Carriço e Figueiras nas opções, os andaluzes deixaram uma promissora demonstração de solidez.

Em França, o PSG voltou a vacilar, deixando-se empatar frente ao Lyon depois de estar a vencer, num domingo em que o Mónaco da armada portuguesa conseguiu a segunda vitória seguida da época, depois de ter ganho ao Leverkusen na Liga dos Campeões. Bernardo Silva jogou de início naquele que pode ter sido um passo importante para deixar para trás o penoso início de época dos monegascos.

A liderança da Ligue 1 é nesta altura, ao fim de seis jornadas, um assunto a três, encabeçado pelo Marselha de Marcelo Bielsa, que venceu o Rennes por 3-0 no sábado. Tem os mesmos 13 pontos que Bordéus e St. Etiènne.

Em Itália, vai mandando a lógica, exceção ao Nápoles. Carlos Tevez deu à Juventus a vitória no clássico com o Milan, e permitiu à Vecchia Signora manter o pleno, três vitórias em três jogos, tantos quanto a Roma, que ganhou ao Cagliari. O Inter marcou passo, ao empatar em Palermo. Quanto ao Nápoles de Rafa Benitez, voltou a perder, agora no terreno da Udinese, sendo agora 15º, com três pontos em três jogos.

Houve mais futebol internacional para lá das grandes Ligas, e mais recordes. O Zenit de Villas-Boas somou a oitava vitória seguida no campeonato, um novo máximo na Rússia. E no Brasil foi fim de semana de dérbis: o Fla-Flu acabou empatado, o Corinthians venceu o São Paulo num clássico paulista e o At. Mineiro venceu o líder Cruzeiro.

Termina um fim de semana intenso, mas não vamos ter de esperar muito até voltar o futebol internacional. A meio da semana que agora começa eles estão de volta, há muitos jogos para acompanhar: veja aqui.