Um jogador da equipa Avispones de Chilpancingo, da terceira divisão mexicana, relata o ataque sofrido na passada sexta-feira, que culminou com a morte de um atleta da equipa e do motorista. O autocarro em que seguiam após um jogo foi atingido por um comando armado, que tinha estado envolvido antes em confrontos com a polícia.

Veja o relato do jogador de 17 anos, em entrevista ao «El Universal»:

«O jogo acabou às 22:30 e tencionávamos ir jantar ao centro de Iguala, mas disseram-nos que tinha havido um tiroteio e, por isso, resolvemos ir diretos para a Chilpancingo. No caminho encontrámos uma barreira, mas o motorista conseguiu seguir em frente.

De repente, começaram a disparar de todos os lados. O motorista foi atingido na nuca e o autocarro caiu cerca de três metros numa ravina. Foi quando deixaram de disparar. Então um professor nosso foi explicar que éramos jogadores do Avispones, que vinhamos de um jogo, mas eles disseram que tanto lhes fazia e voltaram a disparar mais duas centenas de tiros.

Alguns jogadores conseguiram então fugir pelas janelas partidas e esconder-se, enquanto outros pediam ajuda aos carros que passavam, e que pararam para ajudar.

As autoridades demoraram uma hora e meia a chegar e os militares não quiseram fazer nada porque diziam que precisavam de uma ordem para o fazerem. A polícia não quis levar o meu companheiro ferido para o hospital e ele acabou por morrer no autocarro», contou.

Os confrontos na região continuaram e há 58 estudantes desaparecidos após um ataque a outro autocarro.