João Bartolomeu explicou, esta terça-feira pela primeira vez, o processo, inesperado, que levou à saída de Vítor Pontes e à contratação de Manuel Cajuda, o terceiro técnico da equipa esta época.

O presidente da SAD da formação do Lis atribuiu as culpas dessa situação em exclusivo a Pedro Caixinha, a quem criticou duramente sobretudo depois de uma entrevista na qual acusou o clube de não cumprir compromissos salariais.

«Esta mudança brusca nada tem a ver com o trabalho dele [Vítor Pontes] mas sim com o trabalho feito durante a segunda volta do Campeonato passado por Pedro Caixinha. Na pré-época, disse que não o queria mas ele não aceitou a desvinculação. Fiquei com ele mas sabia que estaria a prazo», começou por revelar o dirigente, à margem da apresentação de Manuel Cajuda, deixando ainda a certeza de que não haverá mais chicotas esta época.

Sem se deter, passou ao ataque: «Ele ainda é funcionário do clube, ainda está a receber, tal como os adjuntos, mas tem cometido erros, tem proferido falsidades e calúnias. Não sei como foi contratado pelo Celtic como olheiro porque disso nada percebe. Em Dezembro, escolheu seis jogadores que se revelaram não ser mais-valias para o plantel. Mas não quero responder mais a pessoas mentirosas...»

Pontes de portas abertas

Dissecada a primeira saída, João Bartolomeu abordou a segunda, revelando o tom pacífico na mudança: «Quero deixar uma palavra de apreço para Vítor Pontes. Foi convidado a continuar e tem a porta sempre aberta. Não se tratou de uma chicotada, tivemos uma reunião de amigos e ele compreendeu, em cinco minutos, o que tínhamos para lhe dizer. Tentei demovê-lo a sair, pois fizemos-lhe uma proposta para o integrar na estrutura.»

A SAD leiriense, representada ainda pelo director-geral Jorge Alexandre, assegurou não ter salários em atraso: «Pouco tempo depois de eu entrar, foi saldado tudo o que pendia da época passada. Neste momento, temos os ordenados de Julho e Agosto pagos. E isso estende-se ao Pedro Caixinha, inclusive um prémio que lhe era devido. Dar uma entrevista antes de um jogo nosso importante é muito mau. E ainda vir ver a partida com o Marítimo, logo a seguir à saída [como observador do Celtic] deve ser inédito. Há que ter dignidade.»

O dirigente garantiu ainda que Caixinha «continua a ser pago tal como dantes» e também deu a sua versão da saída de Vítor Pontes: «Foi-lhe explicado os motivos mas há assuntos que têm de ficar para nós. A relação com ele é a melhor e continua a ser. Todos nós, eu, o presidente, o Manuel Cajuda, todos temos uma amizade enorme com ele. E pode frequentar esta casa como antes se assim o entender. Ainda esta manhã falei com ele e faço-lhe um apelo para que aceite a nossa proposta. Seria uma mais-valia e viria preencher uma lacuna que temos neste momento.»