Cinco dias após a derrota que o fez cair da liderança da Liga, o FC Porto tinha pela frente novo grande desafio e passou, com nota positiva.

Após a derrota por 2-1 na capital italiana, os dragões receberam a Roma e a equipa reagiu, e de que maneira, à derrota a nível interno com o rival Benfica. 

Normalmente os treinadores, depois de um resultado negativo, falam sempre no próximo jogo para tentar reagir. E isso, esta noite, aconteceu.

Fisicamente o FC Porto mostrou estofo de campeão e com um triunfo por 3-1 com golos de Soares, Marega e Alex Telles, de penálti, já no prolongamento, garantiu a passagem aos quartos de final da liga milionária. 

A partir de agora, o sonho é mesmo o limite.

Entre alguns dos maiores tubarões do futebol europeu está agora o FC Porto: um dos oito melhores da Europa. 

Tudo isto, refira-se, depois de uma exibição na qual é necessário destacar Moussa Marega. O maliano, um autêntico carro de combate que parece ter uma energia infindável, revelou-se um verdadeiro gladiador portista frente aos romanos.

Ivan Marcano, Juan Jesus e Kostas Manolas foram autenticamente manietados pelo poder físíco do avançado portista, que não dá uma bola como perdida, não deixa um duelo por ganhar. 

Mesmo sem Brahimi durante 70 minutos, o FC Porto teve em Jesus Corona uma seta apontada à área da Roma, e dos três primeiros lances de perigo dos dragões no jogo, dois tiveram a assinatura do mexicano, muito acima do que fez neste mesmo palco, no sábado frente ao Benfica.

Na defesa também a qualidade deu frutos na noite em que Eder Militão regressou à titularidade e até esteve abaixo da bitola que costuma apresentar, tendo mesmo cometido o penálti que esteve na origem do 1-1.

Já quanto a Pepe e Felipe, a conversa é outra... O perigoso Dzeko quase nem se viu e a causa disso tem destinatário certo: o trabalho defensivo dos dois centrais portistas.

No fim de contas, o FC Porto festejou, e de que maneira, a décima passagem aos quartos de final da prova milionária, quatro anos depois da última.

Com esta passagem já lá vão quase 80 milhões de euros para os cofres dos dragões, ganhos só na Champions desta época.

Coisa pouca, portanto.

O FC Porto mostrou que sabe reagir na mesma semana em que se gritou por Cristiano Ronaldo em Madrid, após a humilhante derrota e consequente eliminação dos blancos, goleados em pleno Santiago Bernabéu pelo Ajax (4-1), e numa mesma semana também em que não se gritou por outro emblema que não poupa milhões em garantir os melhores jogadores, mas que teima em não levantar vôo: o PSG desperdiçou uma vantagem de dois golos, conquistada em Old Trafford, e saiu da Liga dos Campeões de forma prematura, com um penálti assinalado depois de analisadas as imagens pelo videoárbitro e pelo juiz do encontro, num lance de braço na mão na área, já em tempo de compensação.

O jovem Rashford marcou o 3-1 para o Manchester United e acabou assim com as dúvidas na partida. A festa foi dos Red Devils no Parque dos Príncipes, com o United de volta aos quartos de final da Liga dos Campeões, cinco anos depois e numa época atribulada em que Solskjaer substituiu José Mourinho no comando técnico da formação inglesa.

Depois destas surpresas só me resta dizer: que comecem os jogos que restam dos oitavos, que acontecem já na próxima semana!

«Jogo alto» é um espaço de opinião de Pedro Ramalho, jornalista da TVI, que escreve neste espaço às quartas-feiras de três em três semanas. O autor, por opção própria, não adopta o novo acordo ortográfico nos seus artigos