José Mourinho concedeu uma longa entrevista ao jornal Record onde abordou vários assuntos relacionados com a atualidade do futebol português. Falou naturalmente do Sporting, com quem joga nesta terça-feira, mas igualmente da seleção do Benfica e do FC Porto.

O treinador do Chelsea ficou satisfeito com o nome do novo selecionador nacional. «É a cereja no topo do bolo para a careira do Fernando Santos. Treinou os três grandes e agora a seleção, cuja especificidade da função conhece bem, depois de quatro anos na Grécia. Por isso é uma escolha que tem toda a lógica», salientou, admitindo que o castigo de Fernando Santos condiciona mas não devia ser decisivo para a escolha da Federação.

Questionado sobre Jorge Jesus e o diferendo com o técnico do Benfica, Mourinho respondeu de forma breve. «Diferendo ultrapassado? Sim, sim…»

De qualquer forma, o treinador português voltou a abordar o tema Talisca, explicando que os olheiros do Chelsea o mantém informado sobre talentos que vão despontando por esse mundo fora: «Não sejamos ingénuos, porque o grande jogador, o craque escondido já não existe. Existe é o clube que decide primeiro, está melhor posicionado num certo mercado e mais apto a atacar a contratação.»

José Mourinho treinou Júlio César no Inter de Milão e considera que o Benfica fez uma boa aposta. «Para as caraterísticas do futebol português, acho que é um guarda-redes fantástico.»

Analisando o futebol português, o técnico falou ainda sobre os reforços do FC Porto que melhor conhece: «O Tello é super-rápido, superdireto, e em Espanha era acusado de não ser um assistente e ser um ala mais cego em função da baliza. O Adrián fez coisas boas no Atlético, não de uma forma muito consistente, é verdade, mas teve momentos em que evidenciou grande qualidade; o Brahimi, no Granada, começou escondido e explodiu até se afirmar um jogador supercriativo e desequilibrante.»

Por fim, uma análise à carreira de Ricardo Quaresma. «Aos 31 anos deve tentar manter-se o mais alto que conseguir, o mais tempo possível. O grande talento, sobre quem residia a esperança de passar a fenómeno absoluto, não deu o passo esperado. Mas não é um problema dele. São raros o que conseguem fazê-lo», rematou Mourinho, ao Record.