O prémio de consolação está garantido, mas este Sporting merece acreditar até ao fim. A equipa de Jorge Jesus não depende apenas de si para chegar aos oitavos de final da Liga dos Campeões, mas vai a Camp Nou lutar esse objetivo. Se o Barcelona já está apurado, a Juventus vai a Atenas em alerta máximo.

Verde é a esperança, e a caminhada do leão justifica essa ambição. Pela forma como a equipa se bateu frente a Barcelona e Juventus, mas também pela superioridade sobre o Olympiakos, confirmada em Alvalade com um triunfo folgado.

«Reforçado» com Piccini, Mathieu e William, recuperados de lesões, o Sporting assumiu desde logo um ascendente sobre a equipa grega, e até podia ter inaugurado o marcador logo aos três minutos, através de um "livre de laboratório". Proto desviou o remate de André Pinto para o poste e depois Bas Dost, só com o guarda-redes pela frente, atirou por cima.

Dez minutos depois nova oportunidade clara, na sequência de um lançamento lateral que apanhou a defesa do Olympiakos adormecida. Coentrão lançou para Bas Dost e este tocou de primeira para Bruno Fernandes, que até pareceu surpreendido com as facilidades e hesitou no remate, que acabou por desviar em Engels.

À passagem da meia-hora o defesa belga ainda travou um remate perigoso de Battaglia, mas já perto do intervalo o Sporting conseguiu consumar a superioridade, e logo em dose dupla.

Uma excelente iniciativa de Piccini abriu caminho ao tento inaugural, apontado por Bas Dost a passe de Gelson (40m), e logo a seguir a insistência de Bruno César saiu premiada, com o brasileiro a forçar o erro de Koutris e a aumentar a vantagem (43m).

Com Fourtonis «disfarçado» de ponta de lança, o Olympiakos foi incapaz de criar perigo na primeira parte. Só a velocidade de Pardo (bem apoiado por Diogo Figueiras) criou alguns problemas, mas repetidamente se viu o colombiano ganhar a linha e depois olhar para a área e ver só camisolas listadas a verde e branco. Cinco ou seis, por vezes.

Nem a gestão justificou o apontamento final

Sebá entrou ao intervalo na equipa grega, que pouco depois ainda trocou Fortounis por Djurdjevic para ter maior presença na frente, mas o Sporting manteve o domínio na etapa complementar, mesmo sem precisar de acelerar muito.  Bastou-lhe ser paciente e perspicaz na construção, à espera dos inevitáveis desequilíbrios na organização defensiva do Olympiakos.

Ainda que os principais lances de perigo da etapa complementar tenham surgido de bola parada. André Pinto voltou a ficar perto do golo (57m), antes do «bis» de Bas Dost, saído de um canto de Bruno Fernandes (66m).

Jorge Jesus geriu depois a condição física de Mathieu e Piccini, substituídos por Tobias Figueiredo e Ristovski, e o Olympiakos acabou por alcançar, ao minuto 87, um tento de honra algo injustificado. Pelo pouco que produziu em termos ofensivos, e porque o golo de Odjidja devia ter sido invalidado por posição irregular de Sebá, que está no raio de ação de Rui Patrício.

Foi a única nota negativa de um triunfo inquestionável de um Sporting que continuará europeu para lá do «réveillon», e com atrevimento para discutir um lugar no palco principal do futebol continental.