Se a nível interno o Benfica soma e segue, na liderança da Liga, a exigência da Liga dos Campeões destapa as debilidades de um campeão português remendado. As dificuldades de alguns jogadores tornam-se mais claras e a escassez de soluções também, tanto no que diz respeito ao «onze» como em relação a soluções para «virar» o jogo.

Depois da derrota caseira com o Zenit, a equipa portuguesa perdeu agora de forma indiscutível em Leverkusen, num jogo em que fez apenas um remate a baliza (contra dez do adversário). O Benfica foi mesmo a última equipa a conseguir um golo nesta fase de grupos, mas mais preocupante que isso são os zero pontos à segunda jornada.

Júlio César recuperou dos problemas físicos e foi uma das quatro novidades no «onze» do Benfica, a par de Derley, Cristante e André Almeida. Utilizado a lateral direito, no lugar de Maxi, o internacional português foi crucial ao minuto 14, com uma dupla intervenção a negar o golo ao Leverkusen, ainda que o segundo remate, de Bender, tenha batido depois no poste.

Tal como se esperava o Leverkusen entrou a pressionar muito, em terrenos adiantados, e o Benfica sem conseguir encontrar antídoto para tal. Mas curiosamente foi numa das raras ocasiões em que a equipa portuguesa conseguiu passar o meio-campo, na primeira parte, que deu origem ao golo inaugural alemão. De um pontapé longo do central Spahic nasceu um contra-ataque que o Benfica não soube anular, para depois Júlio César comprometer com uma defesa incompleta a remate de Son, que Kiessling aproveitou para marcar na recarga. Já antes o guarda-redes tinha largo um remate Son, mas aí Luisão foi o primeiro a chegar à bola, afastando o perigo.

Apenas nove minutos depois o Leverkusen aumentou a vantagem, destapando uma vez mais as fragilidades do Benfica. Eliseu foi batido por uma tabela e Bellarabi arrancou em velocidade, cruzando depois atrasado para a conclusão de Son.

Os números não mentem

O Benfica chegou ao descanso com apenas um remate, feito por Enzo, na sequência de um canto, e que ainda desviou num defesa antes de passar por cima da barra.

Ao intervalo Jorge Jesus prescindiu logo de Cristante e Talisca, para as entradas de Maxi e Lima. Com o Leverkusen a pressionar menos, o Benfica conseguiu instalar-se com mais frequência no meio-campo ofensivo, mas sem grande qualidade de jogo. E logo ao minuto 51 o Leverkusen podia ter feito o terceiro golo, mas Çalhanoglu, à boca da baliza, foi traído por um ressalto na relva e atirou incrivelmente ao lado.

O Benfica acabou depois por reduzir a diferença no seu primeiro (e único) remate à baliza, aos 62 minutos. Um tento de Salvio (o primeiro na prova) que restituiu a esperança benfiquista….durante um minuto. Na jogada seguinte é assinalada uma grande penalidade a punir pretensa falta de Jardel sobre Kiessling (muitas dúvidas), e Çalhanoglu não falhou da marca de onze metros.

O jogo ficou arrumado aí, a ponto de Jesus ter aproveitado para poupar Enzo Pérez, substituído por Samaris. Roger Schmidt, por seu lado, deu descanso a unidades como Bellarabi, Kiessling e Bender, sentido que a vitória estava garantida.