Rui Vitória, treinador do Benfica, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Ajax (0-1), em Amesterdão, em jogo da terceira eliminatória da Liga dos Campeões:

[Equipas corresponderam ao que estava à espera?]

- Sim, o jogo iria ter este cariz. Tínhamos a preocupação de estar muito bem organizados defensivamente, depois partíamos para duas soluções: uma que era ir para ataques rápidos e procurar a profundidade da equipa do Ajax e fizemo-lo logo a partir dos primeiros cinco minutos com duas bolas claras de golo; a outra possibilidade era de circular a bola, levando-a para espaços que nós queríamos. Fundamentalmente para um dos corredores, queríamos canalizar para lá o jogo. A equipa fez uma exibição muito boa, aquilo que tinha de fazer contra este adversário, neste campo, fez. A crueldade no último minuto acaba por traduzir uma grande injustiça porque fizemos uma exibição de qualidade, muito bem conseguida, mas com bolas de finalização que, na Liga dos Campeões, não se concretizando, acaba-se por pagar.

[O que diz um treinador para levantar a moral da equipa quando perde desta forma?]

- É evidente que primeiro temos de sentir a tristeza. Isso é claro mal se dá o primeiro passo no balneário. Depois, passa um minuto, e rapidamente percebemos que há aspetos muito positivos neste jogo. Uma equipa como a nossa, não tem tempo a perder. Há jogo já no próximo fim-de-semana, temos de canalizar todas as energias para lá. Depois, refletindo um bocadinho sobre isto, é dizer que temos de acreditar que o que fizemos foi muito bem feito. De facto houve um minuto que foi fatídico, mas quem joga desta forma desde o dia 28 de junho só tem de acreditar no trabalho que está a fazer. Temos mais dois jogos em casa e um fora, porque não podemos acreditar? Esta revolta tem de ser traduzida para dentro do campo.

[Alfa Semedo esteve para entrar, o empate agradava naquela altura?]

- Dissemos antes do jogo que não vínhamos para pontinho nenhum, vínhamos à procura dos três pontos. A forma como se vai ganhar, a nossa era esta. É evidente que quando se vai para o último minuto não se ganhando, naturalmente, era importante não se perder. Não tenho nada a apontar aos meus jogadores. Os mesmos que entraram de início podiam jogar até ao fim porque estavam a fazer tudo bem feito. Os que entraram foi só para o ajuste de uma peça ou outra, mas o rendimento estava lá. Tivemos bolas que, na Liga dos Campeões, são suficientes para fazer um, dois ou três golos.

[O que se diz a um jogador jovem como Conti que falhou num momento que já não deu para recuperar?]

- Estar a individualizar não é a minha forma de abordar depois de um jogo destes. Se houve esse lance também outros importantes, como cortes decisivos. Isto é a vida de um jogador, saber lidar com o sucesso e o insucesso. Mas não vou individualizar, nem vou direcionar as atenções para esse lance. Foi um momento fatídico que não merecíamos.