Na antecâmara da visita a Basileia, em jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, o treinador do FC Porto abordou a campanha na prova europeia, analisou a equipa treinada pelo português Paulo Sousa e falou também um pouco da sua filosofia de jogo.
 
Pensamos que, enquanto tivermos a bola em nossa posse, temos oportunidade de atacar e não ser atacados. Se tivermos a bola, o problema é como a vamos utilizar, onde a temos e porque é que a temos. Essas são as questões que tentamos sempre responder», começou por explicar Julen Lopetegui, em declarações ao site da UEFA.
 
O treinador espanhol defendeu que «quanto mais posse de bola se tem, mais oportunidades há para vencer e causar danos ao adversário». «Não há nada de matemático no futebol», concluiu.
 
Julen Lopetegui destacou ainda a importância de ter várias soluções ofensivas, pois a equipa «tem de aproveitar o momento e atacar bem nos momentos-chave, lendo o jogo de forma correta e tomando as decisões certas».
 
Questionado sobre a possibilidade de fazer mudanças na equipa consoante o adversário, o treinador do FC Porto defendeu que é preciso «responder às questões que os adversários colocam». «Isso não é o mesmo que adaptar o nosso jogo ao adversário. Neutralizar a ameaça colocada pelo adversário não é adaptar o nosso jogo ao deles, trata-se de ganhar uma vantagem a partir da habilidade e qualidade da nossa equipa, e saber como reduzir a ameaça do adversário. Repito, não é o mesmo que adaptar a nossa forma de jogar à do oponente. Frustrar a intenção ofensiva do adversário é diferente», sustentou.
 
Em análise à fase de grupos, Julen Lopetegui elogiou a solidez do FC Porto e destacou o empate com o Shakhtar Donetsk, num jogo em que a equipa portuguesa teve dois golos de desvantagem. «Deu-nos um impulso de confiança. Somámos um ponto ao mesmo tempo que retirámos pontos a um rival. Penso que foi um jogo decisivo», afirmou.
 
Relativamente ao Basileia, o técnico espanhol diz que a equipa de Paulo «mereceu chegar à fase a eliminar, após ultrapassar um grupo realmente difícil». «É uma equipa muito boa, que nos vai obrigar a estar ao nosso melhor nível, em termos de intensidade e concentração», alertou.
 
O apuramento para os quartos de final, onze anos depois (a última vez foi em 2004, quando o FC Porto sagrou-se campeão europeu), «geraria um enorme entusiasmo», assumiu Lopetegui. «Todos no clube querem muito isso. Recordem-se que tivemos de ultrapassar uma pré-eliminatória muito complicada e exigente. Queremos ir o mais longe possível. Seria fantástico», assumiu.
 
«Temos uma equipa muito jovem, sem dúvida a mais jovem da Liga dos Campeões, e seria uma demonstração de qualidade para muitos jogadores e o clube», concluiu.