Não foi uma vitória daquelas brilhantes, até porque o intervalo não deixou apenas o estádio meio às escuras, mas foi pelo menos clara, clarinha.
 
Uma vitória iluminada, limpa e desanuviada.
 
O Sporting impôs a qualidade superior e reduziu o Maribor a uma espécie de lusco-fusco muito pouco assustador. Fê-lo muito a partir daquele futebol que guarda poucos segredos: pressão enorme sobre o adversário, intensidade nas saídas para o ataque e muito jogo pelos corredores laterais.
 
É verdade que o caudal ofensivo não teve correspondência na exata proporção em oportunidades de golo, mas também é verdade que praticamente só deu Sporting na primeira parte.
 
Tanto assim, aliás, que o Maribor da primeira parte só chegou à baliza num remate de muito longe de Vrsic que Rui Patrício defendeu sem problemas. Muito pouco, pois.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
 
Marcou um golo, é certo que sim, numa daquelas infelicidades (ou se calhar até mais do que isso) em que este Sporting é pródigo: um autogolo de Jefferson quando não tinha ninguém nas costas.
 
Desnecessário, obviamente.
 
O resto foi domínio do Sporting, que entrou no jogo aliás muito bem. Logo aos nove minutos marcou numa jogada que sublinha tudo o que se disse antes: Nani lançou Jefferson, numa bola toda ela explorada pelo corredor esquerdo, o brasileiro cruzou e Carlos Mané empurrou para golo.
 
Sentindo que o mais difícil estava feito, o Sporting soltou-se e partiu para uma primeira parte boa.
 
Voltou a marcar, numa jogada em que Carlos Mané assistiu Nani, que sentou quatro ou cinco adversários antes de marcar: para desespero de Cedric que estava solto e não disfarçou a revolta...
 
Mas Nani, é preciso dê-lo, tem desculpa para todos os excessos nesta equipa.

Esta noite, por exemplo, apontou o quarto golo em cinco jogos na Liga dos Campeões pelo Sporting: tantos golos como fez no Manchester United... em 49 jogos na competição.

Para além disso esteve em tudo o que o Sporting fez de melhor: foi aliás o único jogador que conseguiu criar desiquilíbiros em espaços interiores. Por isso partia da esquerda para surgir a toda a largura e espalhar futebol pelo relvado.

Destaques: Nani mantém o leão ligado à corrente
 
Perante um Maribor sem qualidade para o acompanhar, de resto, devolveu o Sporting ao jogo e estendeu-lhe um tapete para a vitória.
 
Aconteceu na segunda parte, depois de um apagão que obriga a fazer uma curva na história desta crónica. O Maribor tinha reduzido pouco antes do intervalo, mas nada indicava que era razão para cair nas trevas. Até que as luzes do estádio se foram apagando uma a uma.
 
Alvalade ficou meio às escuras, passaram quinze minutos, vinte, meia-hora. O Schalke 04-Chelsea terminou e só depois disso se voltou a jogar futebol em Lisboa.
 
Pelo meio ainda se temeu que o jogo tivesse de ser retomado na quarta-feira: a iluminação tardava em regressar em todo o seu esplendor. Mas enfim, lá se fez luz e o jogo regressou.
 
Mais de quarenta e cinco minutos depois da hora marcada.
 
O regresso não foi bom para o Sporting. Afinal de contas este não foi um jogo com um intervalo pelo meio, foram dois jogos de quarenta e cinco minutos com uma hora de paragem pelo meio.

Classificação do Grupo G: Sporting garante Liga Europa e sonha com apuramento
 
Ora o Maribor voltou mais mandão, mais dono da bola, ganhou dois cantos de seguida e deixou as bancadas preocupadas. Até que Nani, lá está, corrigiu um cruzamento muito longo de João Mário com um amortecimento de cabeça que assistiu Slimani para o terceiro golo.
 
O relógio marcava 65 minutos e percebeu-se que era o fim.
 
Depois só deu Nani, e Sporting: o extremo cruzou para Slimani quase fazer o quarto, serviu João Mário para outro remate muito perigoso e atirou ele próprio duas vezes ao lado. Pelo meio Carrillo e Montero ainda ficaram também eles perto do golo. Enfim, o Sporting podia ter goleado.
 
Não goleou, mas ganhou, que era aqui o mais necessário, e saltou para o segundo lugar do grupo. Para já garantiu pelo menos o terceiro lugar, e o acesso à Liga Europa.
 
Na última jornada vai decidir tudo: joga em Londres, com um Chelsea que já garantiu o apuramento e o primeiro lugar do grupo, enquando o Schalke 04 (que tem menos dois pontos) joga em Maribor, com um adversário que ainda ambiciona o terceiro lugar se vencer os alemães.

Um empate garante o apuramento imediato do Sporting, que até pode perder: desde que o Schalke não ganhe.
 
Não pode dizer-se que as perspetivas sejam más...