* Por Francisco Sousa

Figura: Nani

Levou a equipa às costas. Tremenda demonstração de qualidade individual em prol do coletivo. Desde o início, conjugando-se sobretudo com Jefferson, infernizou a vida aos defesas eslovenos: que o diga o jovem lateral-direito Stojanovic... Mexeu muito com o jogo, aparecendo mais por dentro para permitir a subida do brasileiro. Apontou o segundo golo, após uma jogada de autêntico «brinca na areia». Na segunda parte, sempre que pôde e teve o espaço para tal, tentou fazer uso da sua velocidade. Participou no terceiro golo e teve pelo menos mais duas grandes ocasiões para faturar, uma de cabeça e a outra com o pé direito, já nos últimos 10 minutos de jogo. Um prazer desfrutar de um craque desta dimensão nos relvados portugueses.

Positivo: Carlos Mané
Nem começou o jogo lá muito bem, mas a verdade é que apareceu no sítio certo a corresponder a um excecional cruzamento de Jefferson, logo no nono minuto. Depois disso, manteve-se algo impreciso. No entanto, voltou a aparecer, originando a brilhante jogada do segundo golo, com um passe a rasgar para Nani. Agitado, embora sem grande esclarecimento, acabou por ser substituído por Carrillo, ao minuto 66. Apesar de tudo, revelou-se decisivo no triunfo sportinguista.

Negativo: Luka Zahovic
Criaram-se inúmeras expetativas em torno deste miúdo, que, por ter nascido em Guimarães, até poderá vestir a camisola da Seleção Nacional. No entanto, o filho de Zlatko foi todo o contrário do seu pai nos relvados portugueses: desaparecido, nada desconcertante e pouco capaz de ir ao encontro da bola. Saiu a cerca de 15 minutos do final, debaixo de uma monumental assobiadela de Alvalade. O motivo? É adepto do Benfica e fez questão de o demonstrar depois do golo apontado aos leões na primeira volta…

OUTROS DESTAQUES:

Jefferson
Uma exibição com mais altos do que baixos, embora o baixo tenha sido considerável: fez um auto-golo, parecendo assustado com a aproximação de Luka Zahovic. Fora isso, esteve soberbo a atacar, conferindo imensa largura e profundidade à equipa. Deu a assistência para Carlos Mané faturar o 1-0 e ainda teve mais uma data de bons pormenores.

João Mário
O homem que raramente joga pouco. Dono de uma amplitude de jogo notável, projeta-se na segunda linha com uma clarividência permanente. Aparece em todo o lado, distribui, associa-se aos seus companheiros e ajuda no início da transição defensiva. Teve uma ocasião tremenda, após grande arrancada de Nani. A jogada que dá origem ao terceiro golo é uma imagem de João Mário na sua plenitude: ataca o espaço, transporta a bola com sagacidade e logo cruza com elegância e suavidade à procura do desvio de um companheiro.

Slimani
Trabalhou bastante no primeiro tempo, oferecendo-se muito ao jogo, embora longe de se mostrar profícuo. Na segunda metade, manteve o registo, embora sendo um pouco menos participativo. De uma grande jogada de João Mário e assistência involuntária de Nani, lá acabou por molhar a sopa, com um belíssimo remate à meia-volta, de pé esquerdo. Quase de seguida, obrigou Handanovic à defesa da noite, após um cabeceamento de uma potência muito considerável. Bom jogo.

Zoran Filipovic
Um dos mais esclarecidos do Maribor. Certinho na saída de bola e com espírito combativo, foi, juntamente com o colega de meio-campo, Mertelj, um dos responsáveis por um arranque de segunda parte mais corajoso e equilibrado do conjunto esloveno. Robusto e nada complicativo.