A campanha do FC Porto na Liga dos Campeões reforçou o estatuto dos «dragões» como a mais sólida equipa portuguesa nas competições europeias, mas também como aquela que mais dinheiro ganhou em prémios, olhando para a última década. Um distanciamento que aumenta com a mudança na distribuição de verbas desta época, que já garantiu aos cofres do Dragão quase 68 milhões de euros, contra 49,25 do Benfica. Ambos ainda sem as contas da temporada fechadas.

São valores muito acima dos que estavam em cima da mesa até agora. Como termo de comparação, basta ver que o Real Madrid no ano passado ganhou em prémios um total de 55 milhões de euros até ao título europeu, menos do que o FC Porto já ganhou até agora. A esse valor o campeão europeu somou o «market pool», o que perfez um total de 88 milhões de euros. Na presente temporada também haverá ainda a acrescentar esse valor, que perdeu peso na distribuição das verbas, mas ainda representa 15 por cento do total.

FC Porto, e também Benfica, beneficiaram nesta nova distribuição do bom posicionamento no ranking de clubes a 10 anos que passou a pesar na verba atribuída à cabeça pela UEFA pela participação na fase de grupos. Sétimos nesse ranking esta época, os «dragões» ganham à cabeça 44.05 milhões, somando os 15.25 milhões de prémio pela presença na fase de grupos e o valor correspondente à posição no ranking. O Benfica, oitavo na presente temporada, assegurou desde logo 42.95 milhões. Um princípio que beneficia as equipas historicamente mais fortes e que terá tendência para aumentar ainda mais o fosso. 

Também há cada vez mais dinheiro em jogo. Nos últimos dez anos o valor distribuído pela UEFA aos clubes participantes na Liga dos Campeões quase quadruplicou: de um total de 580 milhões de euros em 2008/09 até aos dois mil milhões de euros estimados esta época, da fase de grupos em diante. Sempre com um enorme fosso para a Liga Europa, que atualmente distribui um quarto dessa verba.

Nesse período, entre 2008/09 e 2017/18, o FC Porto foi o clube português que mais ganhou, um total de 197.7 milhões de euros, de acordo com os números oficiais da UEFA para as verbas distribuídas a partir da fase de grupos, e incluindo o play-off de acesso à Liga dos Campeões.

O melhor ano do dragão até agora tinha sido 2016/17, quando ganhou 30,7 milhões de euros depois de ter chegado aos oitavos de final. Como termo de comparação, a época da conquista da Liga Europa, em 2010/11, rendeu quase um quarto disso, 7.8 milhões. Em 2004, quando se sagrou campeão europeu, o FC Porto ganhou 20 milhões de euros.

O segundo clube na lista é o Benfica, que no mesmo período ganhou 173.623. O melhor ano das águias na lista é 2015/16, quando chegaram aos quartos de final e somaram 36.1 milhões de euros em prémios e market pool. Mesmo com uma campanha que deixou muito a desejar e não chegou para o apuramento, o Benfica já ganhou mais do que isso na presente temporada.

A seguir vem o Sporting, que na última década arrecadou 89.7 milhões de euros em prémios da UEFA. A melhor temporada dos «leões» foi mesmo a última, com 24.6 milhões de euros, amealhados nas duas competições: 21.8 na Liga dos Campeões e mais 2.9 com a campanha subsequente na Liga Europa.

O Sp. Braga é o outro clube português que tem sido presença assídua nas competições europeias na última década e que ganhou uma verba relevante em prémios: 50.7 milhões de euros, com destaque óbvio para a temporada 2010/11, quando competiu na Liga dos Campeões e depois seguiu até à final da Liga Europa, perdida para o FC Porto: foram no total 16.3 milhões de euros.