Holofotes no Sp. Braga, brilho para o Rio Ave. A equipa de José Gomes arrancou os primeiros pontos da época na pedreira com um empate (1-1), espicaçando o clássico deste domingo ao deixar em aberto a luta pela liderança. O Sp. Braga continua, ainda assim, no primeiro lugar, mas à condição, demonstrando uma face mais envergonhada.

Muito por culpa de um Rio Ave atrevido e arrojado, que jogou no jogo pelo jogo e até saiu por cima no que à posse de bola diz respeito. Ricardo Horta adiantou os bracarenses no marcador, mas Gelson Dala atribuiu justiça ao resultado ao empatar ainda na primeira metade, selando desde aí o resultado final. Jogo manteve-se intenso até final entre duas equipas com muitos atributos.

Numa senda de vitórias, Sp. Braga e Rio Ave apresentaram-se na pedreira com credenciais de sobra para proporcionar um bom espetáculo. Abel repetiu o onze bracarense pela terceira jornada consecutiva e nos vila-condenses apenas Carlos Vinicius foi baixa de última hora, dando o sue lugar no ataque a Gelson Dala.

Rio Ave reage à anestesia

A jogar no terreno do líder Sp. Braga o Rio Ave não abdicou dos seus princípios e foi uma equipa acutilante e desinibida, olhando os guerreiros de Abel olhos nos olhos. O conjunto de José Gomes rubricou uma primeira metade incisiva, recolhendo aos balneários com mais posse de bola, mais tentativas de golo e um ligeiro ascendente.

Mas como o futebol não é estatística, o Sp. Braga equilibrou nos momentos da definição. Com processos simples, os minhotos aproveitaram de forma mais preponderante as movimentações ofensivas. Tiraram cruzamentos perigosos e a cada aceleração causaram frisson.

Numa combinação bem delineada em frente à área vila-condense Claudemir serviu Ricardo Horta de forma subtil, convidando o médio a disparar. Depois do reencontro com as redes adversárias na última jornada o médio acedeu ao convite e com um remate de primeira seco e colocado retirou qualquer chance a Léo Jardim.

Anestesiado pelo domínio pouco dado a lances de perigo, o Rio Ave acabou por sofrer perante um Sp. Braga que criou perigo de cada vez que cresceu em direção à baliza contrária. Teve forças para acordar com lucidez e responder em apenas seis minutos. Coentrão aproveitou um cabeceamento defeituoso de Sequeira para evoluir no terreno e servir Gelson Dala, que bateu Tiago Sá pela primeira vez. Em três jogos o guarda-redes mantinha ainda a baliza em branco.

Intenso até final

Futebol laborado, posse de bola tranquila e quase enervante dos vila-condenses, abdicando de jogar feio mesmo perante um grau elevado de ameaça. Diego Lopes é o fantasista, suportado pela capacidade de distribuir jogo de Schmidt e Jambor. Depois de perder Vinicius antes do jogo, José Gomes perdeu o croata ainda na primeira metade.

Entrou forte na segunda metade e viu Tiago Sá segurar o empate. Num contragolpe conduzido por Galeno, o extremo deu a Dala o segundo da noite, mas o angolano não conseguiu desfeitear o guarda-redes da equipa da casa. Grande intervenção de Tiago Sá.

Com a estrelinha de líder, o Sp. Braga reagiu, fez das tripas coração e partiu para cima. Com tudo, a equipa de Abel encostou o Rio Ave às cordas na fase final do encontro. Léo Jardim não quis ficar atrás de Tiago Sá e também ele assinou uma defesa monstruosa. A pedreira já gritava golo, Wilson cabeceou à queima-roupa, mas o brasileiro impediu o segundo dos guerreiros.

Pressão final do Sp. Braga na busca dos três pontos, a pedreira suspirou pela vitória, mas o Sp. Braga cedeu os primeiros pontos em casa esta época. Abel e Esgaio foram expulsos nos descontos, assim como José Gomes e um outro elemento do banco do Rio Ave. Jogo intenso até final, sem desatar o nó. O clássico ganha ainda amais motivos de interesse.