Jogo louco em Portimão, que selou a segunda vitória do Portimonense no campeonato e por números expressivos, perante um Sporting que tinha a possibilidade de saltar para o terceiro lugar, por via da derrota do FC Porto no terreno do Benfica. Nakajima com dois golos e duas assistências abateu o leão, que apenas rugiu, mas pouco, na segunda-parte, quando investiu mais no ataque para tentar reverter a desvantagem de dois golos. A entrada de Nani após o intervalo agitou o leão, que conseguiu reduzir e voltar a estar na discussão do jogo, mas, estranhamente, depois disso foi impotente para impedir o avanço do Portimonense que voltou a disparar no marcador até à vitória final, que, diga-se, foi merecida.

Confira a FICHA DO JOGO

O Portimonense apresentou fiel ao 4x3x3, mas Folha introduziu quatro novidades no onze inicial: Hackman e Lazaroni ficaram de fora, entrando Tormena e Manafá para as laterais da defesa e no miolo o brasileiro Lucas Fernandes rendeu Ewerton. No ataque Jackson Martinez jogou em vez de João Carlos.

Em 4x2X3X1, José Peseiro mudou muito em relação ao jogo para a Liga Europa com o Vorskla: fez seis alterações, mas em comparação com o último jogo para o campeonato, com o Marítimo, apenas tirou do onze Petrovic, para o regresso de Battaglia, após lesão.

O Sporting sentiu muitas dificuldades em travar as transições rápidas do Portimonense, que com jogadores de grande qualidade técnica, facilmente chagavam perto da baliza de Salin. E, principalmente na primeira metade, nunca conseguiu-se impor ofensivamente e só de bola parada Leo foi incomodado. Assim foi aos 17 minutos num livre direto de Bruno Fernandes que levou a bola às malhas laterais, com o médio leonino, já perto do descanso, também de livre a colocar a bola na cabeça de Coates, que desviou-a com perigo. E o futebol ofensivo dos leões resumiu-se a estes dois lances nesse período, o que é muito pouco e revela as dificuldades sentidas.

Do outro lado esteve uma equipa esperta e que soube tirar partido da apatia leonina, para em transições rápidas - e tem jogadores acima da média para fazer isso de forma letal - criar perigo e adiantar-se no marcador.

Tabata, em jogada individual na direita assistiu Jackson Martinez que se preparava para encostar na pequena área, não fosse Coates antecipar-se e cortar para canto. Estava dado o mote e o 1-0 não tardou, por Manafá, que aos 30 minutos numa transição rápida após roubo de bola a Jovane Cabral, combinou com Nakajima e tirou Coates da frente, para colocar a bola entre o poste mais próximo  e Salin, abrindo o marcador.

O 2-0 veio seis minutos depois por Nakajima, 44 minutos, numa grande jogada de envolvência coletiva e tudo começou num toque de calcanhar do japonês, que deixou Paulinho solto, com o brasileiro a colocar em Manafá, que amorteceu para o remate de Nakajima, forte e sem hipótese para Salin. O guarda-redes francês ainda se fez à bola mas não conseguiu lá chegar nem evitar o embate no poste direito da sua baliza, saindo lesionado e foi mesmo transportado de ambulância para o Hospital de Portimão.

Nani entrou após o intervalo para o lugar de Raphinha e o Sporting apertou e conheceu o seu melhor período. Mas, reduzir, até fez mal ao leão... Nani não esteve tão fixo como o brasileiro no corredor, aparecendo também próximo de Montero. O Sporting foi mais incisivo e perigoso e antes de reduzir dispôs de duas boas ocasiões: aos 52, numa bomba de Nani, e aos 60, com Jovane a falhar de forma incrível. Três minutos depois Montero, após insistência de Nani, marcou mesmo. O Sporting estava por cima no jogo e ainda havia muito tempo por jogar.

E quando se pensava que os leões iriam forçar ainda mais para inverter o resultado, tal não se verificou, ficando a equipa de José Peseiro bem longe disso e apenas numa situação esteve perto disso: foi aos 69 minutos por Gudelj, lance anulado por Leo com defesa para canto aos pés do sérvio.

O Portimonense soube aproveitar essa nova recaída leonina e aos 78 dispôs de grande oportunidade para matar o jogo, num canto marcado de forma rápida, com Lucas Fernandes a cruzar para a antecipação de Jackson a Renan Ribeiro, com o cabeceamento a passar a rasar a barra. Pouco depois nova ocasião, com um desvio para canto de André Pinto a roubar o golo a Tabata - após nova jogada de Nakajima - mas adiando-o por breves instantes, porque na sequência, Nakajima aumentou a vantagem algarvia com um remate rasteiro e colocado.

A loucura final do jogo ainda deu para o Sporting reduzir por Coates de cabeça, mas nos descontos Nakajima voltou a fazer das suas e isolou João Carlos que fixou o 4-2 final.

Vitória sem contestação do Portimonense, que soube explorar os períodos de apatia do Sporting, que apenas conseguiu colocar incerteza quanto ao vencedor no reatamento. Muito pouco...

Confira o resumo do jogo: