A FIGURA: Fábio Espinho

Decisivo. Marcou o primeiro golo, arrancou a expulsão de Lucas Possignolo e pautou todo o jogo axadrezado, de início a fim. Se o golo inaugural surgiu num toque simples, numa emenda para a baliza deserta, o lance da expulsão já é de alguém bastante experiente. A falta existe, claro, mas foi também promovida pelo médio que percebeu a presença do central, fez um subtil compasso de espera e foi, então, carregado. Não foi uma simulação, entenda-se. Com isso, e porque o Boavista fez o segundo logo a seguir, fechando o jogo, chamou para si os louros do triunfo.

O MOMENTO: duplo castigo encerra o jogo

Minuto 40. O Boavista crescia a partir de vários erros defensivos e de transição da equipa do Portimonense e foi em mais uma bola perdida que se iniciou a jogada que praticamente acabou com o jogo, em cima do intervalo. Leonardo Ruiz aproveitou o erro, tocou rápido para Fábio Espinho que fugia para a área quando foi tocado por Lucas. O árbitro Rui Oliveira marcou a falta e expulsou o central. Se o mal já era algum, para uma equipa que, recorde-se, já estava a perder, pior ficou quando David Simão cobrou o livre, obrigando Ricardo Ferreira a espantosa defesa, e, na recarga, Talocha aumentou para 2-0. O jogo ficou ganho.

OUTROS DESTAQUES

Mateus

Aproveitou a fragilidade evidente de Hackman, numa tarde para esquecer, para semear o pânico na defesa algarvia. Quase sempre colado à esquerda, mostrou que se encontra num bom momento de forma. Foi ele a desenhar a jogada do golo inaugural, num raide em que foi da linha quase ao primeiro poste para assistir Espinho. Viu Ricardo Ferreira negar-lhe o golo, com o pé, pouco depois do quarto de hora. Na segunda parte foi mais discreto, como toda a equipa.

David Simão

Pezinhos de lã e muita cabeça numa zona decisiva do terreno. Com Sparagna por perto para destruir, coube-lhe uma missão que gosta e faz bem: ajudar a pautar o jogo axadrezado. De processos simples, dominou por completo aquela zona. A dupla com Fábio Espinho está cada vez mais afinada. O Boavista agradece.

Nakajima e Paulinho

Dois homens à parte na equipa. Quando a bola lhes chega aos pés, o futebol do Portimonense passa para outro nível. O brasileiro jogou como extremo esta tarde, enquanto a equipa teve onze jogadores, mas foi no segundo tempo que brilhou mais, quando ficou mais solto na frente, a par do japonês, para tentar um golo que fizesse renascer o ânimo da equipa. Num remate venenoso obrigou Vagner à defesa da tarde. Nakajima, por seu turno, esteve mais em jogo e fez quase tudo bem, mas faltou-lhe outro acompanhamento. Quando a equipa perdeu Pires, foi transformado em ponta de lança improvisado e perdeu influência no jogo.

Ricardo Ferreira

Se o Portimonense perdia apenas 2-0 ao intervalo, o mérito também é dele. A linha defensiva não ajudou, numa tarde para esquecer e foi valendo o guarda-redes ao Portimonense para evitar um descalabro maior, sobretudo na desastrada entrada em campo.