Mais parecia uma corrida. Mal soou o apito inicial, o Boavista acelerou em fuga aos lugares de despromoção.

A equipa de Jorge Simão, que não marcava há cinco jornadas, apareceu com sede de golo em tarde de chuva e celebrou logo aos 16’, após um quarto de hora de absoluto domínio: Matheus Índio surgiu na pequena área para encaminhar um cruzamento de Rafael Lopes, numa jogada que começou num passe a rasgar de Fábio Espinho.

A alta rotação do Boavista manteve-se durante o primeiro tempo e o lado direito do ataque mais parecia uma avenida: Espinho voltou a servir Rafael Lopes, que finalizou de primeira para o 2-0, nas costas de Ícaro, e mostrou por que é aposta cada vez mais firme para o eixo do ataque.

Entre um golo e outro do Boavista, houve Helton Leite a evitar a reação do Tondela. Que grande guarda-redes é este mineiro ex-Botafogo! Esta tarde, voltou a salvar o Boavista num punhado de ocasiões: um cabeceamento de Ícaro (20’) e a mancha perante a finalização de Murillo (49’) são só dois exemplos.

Boavista-Tondela, 2-0: ficha e filme do jogo

Ainda assim, aos 44’, Rafael Costa quase fazia o 3-0 e arrumava de vez o jogo, com um livre batido por fora da barreira, que só não entrou na baliza por intervenção de Cláudio Ramos e do poste. Não seria uma surpresa maior, já que o Boavista dominou toda a primeira parte (68%-32% em posse de bola e 11-4 em remates).

A perder, Pepa nem sequer esperou pelo intervalo para fazer alterações: lançou Arango e Tomané em jogo e passou a jogar com dois avançados ao meio.

Não foi uma aposta ganha. No entanto, o Tondela dividiu bem mais o jogo na segunda parte, expondo-se às transições rápidas de um Boavista que nunca perdeu o sentido de baliza.

Boavista-Tondela, 2-0: destaques do jogo

Uma e outra vez. Aos «esses» ou em linha reta, a equipa de Jorge Simão manteve os motores aquecidos e pé no acelerador. Susteve a pressão beirã e ficou com 50 metros de terreno livre para correr. Também Mateus esteve perto do 3-0, num remate às redes laterais aos 63’. Verdade é que esse seria um castigo demasiado pesado para um Tondela, que teve iniciativa de jogo a espaço e algumas ocasiões para reduzir.

É inquestionável, porém, a vitória do Boavista, que sobe na tabela, soma 13 pontos e ganha uma margem de três para a zona de despromoção, onde está o Tondela – penúltimo com 9 pontos.

Sobe ainda mais a pressão para Pepa, que saiu encharcado do dilúvio desta tarde no Bessa. Por sua vez, Simão mostrou ter uma máquina bem mais afinada, com a vantagem de ser todo-o-terreno.

Esta tarde, o Boavista aqueceu os motores, acelerou e, sacudindo a pressão, só parou na bandeira de xadrez.