A FIGURA: Wilson Eduardo, regresso «traiçoeiro» à casa-mãe

No regresso à casa-mãe, cedo mostrou que era nele que residia um dos maiores perigos dos arsenalistas. Aos 15 minutos meteu a sexta e isolou-se nas costas dos centrais a passe de Alan, mas acabou por ficar com ângulo reduzido depois de ultrapassar Rui Patrício. Antes disso já tinha avisado num lance dividido com Coates. Passou depois para a ala direita e os bracarenses perderam algum poder de explosão mas ganharam o principal: os três pontos num remate fortíssimo de Wilson de fora da área.

CRÓNICA DO SPORTING-SP. BRAGA (0-1)

O MOMENTO: golo de Wilson Eduardo, minuto 70’

Aconteceu curiosamente numa altura em que a equipa minhota parecia estar a começar a sentir muitas dificuldades para suster a pressão do Sporting. Numa segunda vaga após remate de Ricardo Horta ao poste, Wilson Eduardo encheu-se de fé do meio da rua e atirou forte para o fundo das redes num lance em que Rui Patrício também não parece ficar isento de culpas. O golo solitário, o primeiro do Sp. Braga na condição de equipa visitante em mais de dois meses, decidiu o jogo e valeu a ultrapassagem dos arsenalistas aos leões, que ficam agora a oito pontos do líder Benfica

OUTROS DESTAQUES

Gelson: o único jogador do Sporting a demonstrar capacidade para provocar desequilíbrios nos primeiros 45 minutos. Foi sempre um quebra-cabeças para Marcelo Goiano, que nunca conseguiu encaixar no estilo gingão do extremo leonino. Numa ação pelo centro do terreno esteve perto de marcar aos 32 minutos, mas o remate, de fora da área, passou ligeiramente ao lado do poste esquerdo de Matheus. Atirou ao poste a abrir a etapa complementar e manteve a alta voltagem do costume, mas esteve sempre várias mudanças acima dos restantes companheiros.

Bryan Ruiz: apesar de muito discreto na primeira parte, esteve perto do golo nos minutos iniciais da partida. Melhorou na etapa complementar, particularmente nos primeiros 20 minutos, tendo estado ligado ao melhor período dos leões em toda a partida. Esteve longe de ser dos piores do Sporting, mas também está muitos furos abaixo do Bryan Ruiz da época passada.

Coates: sentiu muitas dificuldades para controlar a velocidade de Wilson Eduardo na fase inicial da partida, mas estabilizou com o passar do tempo. Poderosíssimo nas bolas paradas, esteve perto do golo na segunda parte e acabou o jogo a ponta de lança.

Alan: foi a surpresa reservada por Abel Ferreira para o onze do Sp. Braga. Mostrou que, apesar dos 37 anos, ainda está para as curvas. Foi a melhor unidade nos primeiros 45 minutos, denotando uma qualidade de passe muito acima da média. Aos 15 minutos rasgou a defesa leonina com um passe a isolar Wilson Eduardo, mas o companheiro, depois de ultrapassar Rui Patrício, falhou com a baliza escancarada. Na segunda parte foi mais solicitado para tarefas defensivas, que lhe consumiram as energias que lhe restavam. Saiu aos 66 minutos.

Matheus: rendeu o castigado Marafona na baliza bracarense e mostrou nervos de aço e uma segurança notável. Aos 7 minutos evitou o golo a Bryan Ruiz e na segunda parte travou pelo menos mais uma cabeça do costarriquenho e outro remate de Coates, onde pareceu ter cola nas luvas. À entrada para os descontos evitou o empate novamente a cabeceamento do central uruguaio.

Ricardo Ferreira e André Pinto: desde a época passada que aquela que é (na teoria) a dupla de centrais mais forte dos arsenalistas não formava parelha no eixo defensivo. Ricardo Ferreira, então, cumpriu a primeira aparição em 2016/17 depois de debelada uma lesão grave contraída no arranque da pré-época. Controlaram bem as ações de Bas Dost.

Ricardo Horta: esteve longe de ser dos melhores da equipa minhota na primeira parte, mas foi uma seta apontada à baliza leonina nos segundos 45 minutos quando a equipa da casa começava a expor-se mais em termos defensivos. Atirou ao poste momentos antes do golo de Wilson Eduardo e podia ter ajudado a fabricar o segundo golo na reta final do encontro.