Maestros sem orquestra. Retenção e alguma timidez. E nulo no marcador no fecho da 18.ª jornada. Rio Ave e Feirense somam um ponto cada, mas agudizam a seca de triunfos, que já vai em dois dígitos. Ninguém quer nada com ela para estes lados: a vitória está sem dono em Vila do Conde e em Santa Maria da Feira.

Décimo jogo oficial - e o mesmo número de jornadas - sem vencer para os verde e brancos, que continuam sem ter três pontos de uma assentada ao fim de três jogos com Daniel Ramos. E 11.º para o Feirense, que aumenta para 16 as jornadas consecutivas sem saborearvitória.

O marcador, de resto, espelha um jogo de pouca qualidade futebolística, sobretudo na primeira parte. Talvez uma das piores, de parte a parte, nesta Liga. Resultado tão frio como a brisa sentida na noite deste domingo.

Depois da eliminação na Taça de Portugal, o Feirense surgiu com quatro mudanças em relação ao jogo com o Sporting. E com destaque na baliza: Dele Alampasu voltou a jogar na equipa principal quase três anos depois e estreou-se em absoluto na Liga. Philipe Sampaio, Tiago Silva e Crivellaro também regressaram. No Rio Ave, Afonso Figueiredo, Diego Lopes e Gabrielzinho foram as novidades.

Muitas paragens e pouco futebol

As muitas ausências mútuas, por lesões e castigos, não eram razão para o pobre espetáculo desportivo na primeira metade do jogo. Foi preciso esperar 40 minutos para ver algo de relevante junto de uma das balizas, quando Valencia testou Leo Jardim e o obrigou a voar para a defesa do jogo.

Até aí, futebol longe das balizas, algo mastigado a meio campo, com pouca definição e sentido de baliza. Vinícius ainda deu um aviso ao segundo minuto, Vítor Bruno tentou de cabeça do outro lado. Mas nem trabalho deram aos guardiões.

Rio Ave-Feirense: os destaques do jogo

Os maestros acima invocados eram Schmidt e Tiago Silva. Tentaram organizar e projetar as respetivas equipas da defesa ao ataque, mas não havia seguimento nos terços ofensivos.

Mau para os adeptos, pior ainda pelas quatro paragens por questões físicas: primeiro Afonso Figueiredo, depois Petkov. A seguir, Gabrielzinho, em dose dupla: o brasileiro não chegou sequer ao intervalo, saindo lesionado de maca, rendido por Tarantini.

Mais Rio Ave e Valencia perdulário

O Rio Ave cresceu com o tempo na segunda parte. Equipa mais dona da bola, a ocupar o meio campo contrário, mas sem o ímpeto necessário. Daniel Ramos cedo confirmou a toada da primeira parte e demorou oito minutos a lançar Bruno Moreira, abdicando, no meio campo, de Leandrinho, apesar de este ter saído lesionado.

Mas nem isso foi sinónimo de produtividade. O Rio Ave povoou a área contrária, mas só avisou ao minuto 69, após um canto que Buatu desviou pouco ao lado, de cabeça. Bruno Moreira rematou depois ao lado.

No meio do crescimento caseiro, foi o Feirense, quase sempre em rápida transição, a criar mais perigo. E com Leo Jardim a ganhar de novo a Valencia: após uma defesa do brasileiro (82’), o colombiano foi perdulário com a baliza à mercê (85’). No fim, seria o estreante a brilhar na noite dos guardiões: Alampasu voou e negou o golo à cabeça de Schmidt.