A FIGURA: Francisco Geraldes
Rúben Ribeiro deixou a batuta, rumou a Alvalade e Geraldes assumiu o posto de maestro da orquestra. Muitas vezes incompreendido pelos colegas, demasiadas vezes a pregar no deserto, mas sempre a tentar tabelar e jogar. Está mais sólido fisicamente, já ganha duelos no corpo a corpo e conquistou faltas importantes perto da área axadrezada. Esta época em Vila do Conde está a fazer muito bem ao prodígio da Academia de Alcochete. Pensa bem o jogo, executa com qualidade, define bem as linhas de passe. Mesmo numa tarde de inspiração contida, como esta. Aos 53 minutos, numa transição de dois para um, optou por segurar a bola e arriscar o remate. João Novais estava bem colocado, ao lado.

O MOMENTO: bola de Guedes entrou ou não?  
Impossível responder com certeza. O cruzamento de João Novais é ótimo, o desvio de Guedes certeiro. A bola bate no poste e, aparentemente, cruza a linha de golo axadrezada, antes de Vagner agarrar. O árbitro assistente deu golo, Hélder Malheiro esperou pelo VAR e validou. As imagens televisivas não são concludentes, na verdade. Benefício da dúvida para a equipa de arbitragem.

MENÇÃO HONROSA: Yuri Ribeiro
Sublime, absolutamente sublime, o golo marcado já no fim da partida. Arrancou da esquerda, deixou um par de axadrezados pelo chão e ainda teve lucidez para finalizar. Fantástico! Por favor vejam as imagens no Maisfutebol.

OUTROS DESTAQUES

João Novais

Um, dois, três, quatro remates de fora da área, contámos nós. É um médio com golo, muito forte fisicamente (nada a ver com o pai, Abílio) e objetivo. Apesar da pontaria menos afinada, Novais tentou sempre, principalmente a fugir da esquerda para o meio. É uma das grandes figuras da equipa, protagonismo reforçado com a saída de Rúben Ribeiro. O passe para o golo de Guedes é perfeito.

Mateus
Aos 47 minutos recebeu a bola no peito e rematou muito perto do golo. Passou quase sempre com uma facilidade surpreendente por Lionn e foi o mais consistente no ataque do Boavista. Os anos avançam e Mateus mantém uma condição física bastante boa. Muito acima de Leonardo Ruiz e Kuca, dois dos mais infelizes na tarde/noite dos Arcos.

Sparagna
O central francês jogou no meio-campo e foi dos mais lúcidos. Preencheu bem o lugar, jogou simples e ainda colocou Mateus na cara do golo, com uma excelente abertura. Tem, na verdade, qualidade para fazer esta posição de médio mais recuado.

Pelé
Miguel Cardoso pede-lhe que recue e assuma a primeira fase de construção. Pelé alternou as boas decisões com passes disparatados, muitos deles simples. Destacou-se, sobretudo, na condução de bola, sempre vertical e poderoso.

Talocha
Seguro e tranquilo a defender, afoito no ataque. Teve um par de bons cruzamentos e aos 70 minutos colocou a bola rasteira e a pedir desvio de Kuca e Leo Ruiz para golo. Nenhum dos avançados chegou a tempo.

Guedes
A menção surge pelo golo (sétimo na Liga) e as doses industriais de trabalho. O resto… bem, já se conhecem as limitações técnicas de Guedes, um avançado mais forte no trabalho físico, no corpo a corpo. Sempre que lhe pediram algo mais, não reagiu bem. No golo, porém, o desvio de primeira é excelente. Cabeceou com perigo aos 71 minutos.

Rui Pedro
Entrou aos 76 e aos 80 esteve pertíssimo do golo. Se fosse apenas a qualidade a ditar as escolhas de Jorge Simão, Rui Pedro teria se ser titular no lugar de Leo Ruiz. Mas nós não vemos os treinos.