Não havia Adrien, apareceu Bryan Ruiz e o golo de Bas Dost. O Sporting ajeitou-se à vida em campo sem o capitão, teve Palhinha no lugar de William e William no lugar de Adrien. Teve oportunidades poucas, mas suficientes, para sair da Amoreira com mais do que o resultado mínimo. Fê-lo numa penalidade de Bas Dost, porque o holandês está no topo dos goleadores da Liga e porque, lá está, não havia Adrien.

O jogo na Amoreira ficou numa dúvida até aos 85 minutos porque o Sporting desperdiçou o pouco que criou, porque não foi tão dominador como já foi porque o Estoril acreditou sempre que podia fazer mal ao leão. O problema dos canarinhos foi outro: fazê-lo realmente. Alguns lances de perigo, mas sem verdadeiras ocasiões de golo.

João Palhinha. Após uma semana especulativa sobre quem substituía Adrien no onze, Jesus preferiu uma abordagem mais contida, como o próprio praticamente dizia na antevisão.

William e Palhinha são os dois médios defensivos do leão, mas, curiosamente, ao intervalo o Sporting ganhava menos duelos do que o Estoril, fosse pelo chão, fosse pelo ar. Não havia muita fluidez leonina, embora Alan Ruiz tentasse jogar entre linhas e ser ele o ponto de encontro do futebol verde e branco. No entanto, havia claramente um problema de intensidade e, assim, o desempenho do leão era lento e, convenhamos, aborrecido.

Porém, quando se tem Gelson Martins em campo, há sempre momentos em que isso se inverte. O extremo direito do Sporting consegue quase sempre alguma coisa, mesmo que não esteja em grande como noutras vezes. Quando se uniu a Alan Ruiz para o primeiro lance bem delineado do leão, o Sporting chegou ao golo.

Bryan Ruiz não marcava desde setembro, mas foi expedito na área do Estoril após tentativa de Schelotto. O Sporting estava longe de uma noite encantadora, mas estava eficaz pelo menos.

Quanto ao Estoril, tentava. Tinha boa intenção, com Mattheus Índio solto, a mexer-se por todo o terreno, Licá encostado à direita. Foi muito querer e pouco poder, porque, na verdade, Patrício foi chamado a intervir com alguma dificuldade apenas uma vez: remate de Índio, forte, de fora da área.

Kléber salta do banco, Sporting torna-se mais agressivo

Pedro Carmona resolveu colocar Kléber no segundo tempo. Se o Sporting será sempre melhor com Adrien, o Estoril será sempre melhor com o camisola 10. Kléber diferenciou na frente, deu trabalho, mesmo que não tivesse tido ocasião para faturar. Obrigou, porém, ao Sporting estar mais atento.

O leão subiu os níveis de agressividade no segundo tempo e se já tinha desperdiçado duas ocasiões no final do primeiro tempo, a essas juntou outra de Dost a passe de Gelson e outra deste a passe de…Palhinha.

Como o resultado estava no mínimo, o Estoril fez crença de poder marcar e resgatar um ponto. Mas o golo sucedeu na outra baliza, de penálti: os adeptos da casa reclamaram fora de jogo de Bas Dost, com a falta a ser evidente depois.

O jogo acabou aí, o Sporting levou três pontos para casa, mas também uma ideia sublinhada: é preciso subir o nível exibicional. Porque apesar de ser melhor que o Estoril, o que, diga-se, será sempre uma obrigação, foi inferior àquilo que o próprio leão já foi. A opção por Palhinha-William, para já, funcionou: os três pontos são o argumento mais forte nesse debate. A exibição leonina estará no outro.