Com frango se mata, com frango se morre. Igualdade entre Famalicão e Boavista no resultado e nas falhas dos guarda-redes, que acabaram por ser protagonistas pela negativa. Os axadrezados estiveram a vencer por 2-0, golos de Hamache e de Javi Garcia, mas permitiram o empate no último suspiro dos famalicenses. Lameiras reduziu de penálti e Robert fez o empate depois da hora.

Ainda assim, os boavisteiros mantiveram a tradição de alcançar bons resultados frente ao Famalicão - em 15 encontros, apenas perdeu por duas vezes -, mas continuam sem ganhar no campeonato. Num frente a frente entre duas equipas em construção, e depois de uma primeira parte fraca e cheia de faltas, valeu a emoção e os golos da segunda metade.

Depois de uma primeira parte fraca e carregada de faltas, o Boavista apareceu mais forte no segundo tempo e, aproveitando duas falhas de Zlobin, construíram uma vantagem e seguraram-na com unhas e dentes até ao final do encontro. E, a palavra construção, encaixa na perfeição nas duas equipas. As mudanças foram tantas que ambos os técnicos ainda procuram a melhor versão para atacar a temporada.

Embora ocupem lugares distintos na classificação, Famalicão e Boavista vivem momentos semelhantes neste início de temporada. Ambas sofreram uma revolução no plantel, com muitas saídas e muitas entradas, e ainda procuram a melhor equipa para atacar a época 2020/21. No encontro de hoje, as duas formações entraram em campo com apenas quatro jogadores que transitaram do ano passado.

Os famalicenses venceram apenas um jogo e vinham de dois empates consecutivos. Já os axadrezados ainda não triunfaram no campeonato, mas também ainda não perderam fora de portas. Os da casa entraram melhor na partida, a tentar ter mais bola, mas foram quase sempre uma equipa previsível e muito lenta nos processos.

As panteras aproveitaram a adaptação no lado esquerdo para, por aí, tentar criar perigo, porém só o conseguiram uma vez, num remate cruzado de Cannon para boa defesa de Zlobin. De resto, a primeira foi fraca, com muitas faltas (17), o que obrigou a que o jogo estivesse muitas vezes parado. Ainda assim, foram os locais que estiveram melhor e que podiam ter marcado. Gil Dias e Riccieli tiveram as melhores oportunidades, contudo Léo Jardim deu bem conta do recado.

Golos e emoção

A segunda metade começou com Tiago Martins a assinalar penálti a favor do Boavista. Porém, depois de consultar o VAR, o árbitro voltou com a decisão atrás e assinalou falta à entrada da área, local onde Babic havia dado mão. Do livre, apareceu a defesa do encontro. Hamache disparou uma bomba para grande defesa de Zlobin.

Os famalicenses responderam na mesma moeda, porém desta feita foi mesmo grande penalidade. Ainda assim, chamado a converter, Lameiras permitiu a defesa de Léo Jardim e, na recarga, o extremo acertou na trave. Como diz a velha máxima do futebol, quem não marca, sofre. E assim foi. Hamache foi ao lado contrário rematar com força para o fundo das redes de Zlobin, que parece mal batido. Ato contínuo, após livre Javi Garcia saltou na área mais alto do que todos e cabeceou para o segundo axadrezado. Uma vez mais, o guardião famalicense teve uma saída extemporânea e facilitou a vida ao capitão boavisteiro, que ainda viria a ser protagonista pela negativa.

O espanhol, pouco depois, carregou em falta Campana e acabou expulso. Lameiras, chamado uma vez mais à conversão, não perdoou e reduziu. O Boavista esteve perto de fazer o terceiro, mas depois de uma grande jogada Nuno Santos, na cara do golo, rematou por cima.

No último suspiro, no melhor pano caiu a nódoa. Robert, acabado de entrar, bateu um livre em arco desde a esquerda e Léo Jardim, com o lance aparentemente controlado, deixou a bola passar por cima da cabeça e só parou no fundo das redes. A igualdade acaba por se ajustar.