Num jogo que começou por ser jogado num ritmo muito lento e nada dado a folias carnavalescas, só em lances de bola parada é que houve golos. E aí, foi Maurides quem sambou melhor, marcando dois golos neste regresso a Arouca, e dando a vitória que o Belenenses procurava depois de três empates consecutivos.

Com este triunfo, a equipa de Belém passa a somar 29 pontos, ultrapassa o Arouca na classificação e aproxima-se dos 30 pontos de segurança.

Arranque em falso para Manuel Machado à frente do Arouca, com duas derrotas nas primeiras duas partidas. E agora vem aí Sp. Braga (fora), FC Porto (em casa), Marítimo (fora) e Sporting (em casa). Calendário complicado para o Arouca.

Que desfile pobre a abrir

Em noite de véspera de Carnaval, o corso futebolístico que desfilou no relvado do Municipal de Arouca nos primeiros 45 minutos foi muito pobrezinho. Parcos adereços técnicos apresentados, enredos de ideias dispersas e pouco fluídas e muito pouca animação para quem assistia à partida.

E até a forma como o Arouca chegou ao golo, aos 40', pareceu uma boa brincadeira de Carnaval. Canto batido da direita, Jubal acerta mal um cabeceamento, com a bola a ir bater nas pernas de Tomané, entrando caprichosamente na baliza de um desamparado Cristiano.

Antes disso, apenas uma outra tentativa individual. Maurides desde cedo a querer mostrar serviço neste regresso a uma casa onde jogou na época passada, Miguel Rosa a tentar dar algum critério ao futebol do Belenenses, e pouco mais.

Do lado do Arouca, sobretudo depois da saída de Nuno Coelho por lesão, aos 17', pareceu faltar sempre ligação entre os setores na fase de construção ofensiva. Fogachos de Mateus e de Kuca e nada mais para mostrar.

Maurides muda o figurino do jogo

Tendo em conta o jogo disfarçado de futebol a que se assistira nos primeiros 45 minutos, não seria preciso muito para lhe mudar a face. E até foi o Arouca que entrou mais decidido a dilatar a vantagem.

Logo a abrir, Kuca surgiu de rompante pela esquerda a obrigar Cristiano a defesa apertada.

Ficava dado o sinal da bateria da casa, mas seria do outro lado que o samba soaria mais afinado.

E tudo por causa de Maurides, que vestiu o fato de héroi do Restelo e virou completamente o figurino da partida, em quatro minutos.

Muito mérito também para Miguel Rosa que abriu o cortejo e deixou o brasileiro ser rei. Primeiro, com um canto batido da esquerda para o segundo poste, onde o camisola 16 subiu mais alto do que todos para marcar o seu primeiro golo ao serviço do Belenenses. Depois, novamente na sequência de um canto, agora do lado contrário, a bola batida pelo médio sobrou para o pé esquerdo de Maurides rematar sem hipótese de defesa para a reviravolta dos azuis do Restelo.

Em desvantagem, o Arouca foi em busca do empate, mas embateu sempre num adversário a saber dançar com a música que lhe davam e que nunca saiu do tom, conquistando os três pontos que lhe permitem a ultrapassagem ao Arouca na classificação, igualando o Boavista e o Rio Ave, na nona posição.