Por: Paulo Graça

Vitória importante dos tricampeões na sempre difícil deslocação à Choupana (1-3), casa do Nacional que assim fez com que os encarnados regressassem as vitórias após o empate alcançado em casa contra o Vitória de Setúbal, e logo em jornada de clássico entre os seus rivais Sporting e FC Porto.

A equipa de Rui Vitória acabou por não entrar bem na partida dando a iniciativa ao Nacional que teve alguma superioridade nos primeiros quinze minutos. A partir daí, o Benfica controlou sempre o jogo muito por culpa da ação feita no meio campo e quando as coisas pareciam tremidas, Rui Vitória apostou no peruano Carrillo que acabou por ser decisivo na vitória dos encarnados.

Rui Vitória apresentou um onze com algumas alterações, desde logo a inclusão do avançado Jonas, que ainda não tinha jogado neste campeonato. Também colocou Gimenez como avançado, à frente de Jonas, relegando Mitroglou para o banco de suplentes. No meio campo, Vitória não mexeu, usando o “trinco” Fejsa, com André Horta ao lado. Pizzi e Salvio jogavam nas alas. A defesa foi a mesma do último jogo, ficando o Benfica com o seu habitual 4X4X2, que aumentava para um 4X3X3, sempre que existia uma transição ofensiva.

Já o Nacional, Manuel Machado mexeu, e muito, na sua estrutura habitual, dando a titularidade ao madeirense Jota, no meio campo, ao lado de Washington. Não se poderá dizer que a aposta surtiu efeito. No meio campo, reforçado com dois médios defensivos (Jota e Washington) Tiago Rodrigues aparecia como único médio com capacidade para fazer transições, o que era manifestamente muito pouco. Na frente, três homens rápidos, mas que a defesa do Benfica foi anulando, não fosse este um dia mau para Witi, Salvador Agra e Ricardo Gomes.

Nos primeiros quarenta e cinco minutos, o Benfica saiu a vencer, muito por culpa de um lance infeliz entre Rui Silva e Aly Ghazal após livre cobrado por Pizzi com o guarda-redes a falhar interceção e o esférico a ressaltar no médio alvinegro que acabou por entrar no fundo da baliza do Nacional. No entanto, começou melhor a partida o Nacional com Washington e Salvador Agra a importunar Júlio César, ambos com remates de longe que levaram muito perigo à baliza encarnada. A partir daí o Benfica respondeu, primeiro por Jonas e após jogada com Lindelof e logo de seguida com remates de Fejsa, Raúl Jimenez e novamente de Jonas a criar perigo junto à baliza alvinegra.

Viveu-se uma grande intensidade dentro de campo no primeiro quarto de hora com ambas as equipas à procura do primeiro golo do encontro. Mas acabou por ser os encarnados a inaugurarem o marcador aos 16 minutos por autogolo do já referido Aly Ghazal.

O ritmo de jogo quebrou após o golo do Benfica com a equipa da casa a acusar muito o golo sofrido. Até ao fim da primeira parte a equipa de Rui Vitória controlou com alguma facilidade o encontro, dispondo até várias oportunidades para alargar o marcador, primeiro por Salvio com um remate por cima da baliza de Rui Silva e também por Grimaldo, que rematou à boca da baliza às malhas laterais após grande jogada com Jonas e Pizzi.

Fejsa foi uma autêntica barreira a Tiago Rodrigues e seus pares, jogando o médio com os alas encarnados ao primeiro toque, o que baralhou algumas marcações defensivas, e também Jonas sempre à procura da bola fora da sua posição como tão bem ele sabe fazer. Do lado alvinegro destaque para o médio Washington que se revelava como o elemento mais em foco com excelentes recuperações de bola e a ser o primeiro construtor do jogo ofensivo nacionalista.

A segunda parte com o Nacional à procura do prejuízo do resultado e foi logo Tiago Rodrigues a criar perigo junto da baliza encarnada através de um livre directo aos 50 minutos. Como resposta, o Benfica podia ter ampliado a vantagem no marcador, primeiro com Salvio a rematar ao poste da baliza de Rui Silva e depois com Raúl e Jonas a falharem oportunidades claras de golo onde Rui Silva desta vez a se redimir do lance que deu origem ao primeiro golo do Benfica. Mas como se diz na gíria futebolística, quem não marca sofre e foi isso que aconteceu. Aos 63 minutos, canto de Salvador Agra e Tobias Figueiredo, jovem central emprestado pelo Sporting, a cabecear para o fundo da baliza de Júlio César num excelente gesto técnico.

Rui Vitória preparava-se para fazer entrar o médio Celis e lançou igualmente Carrillo para o lugar de Pizzi. Em boa hora o extremo peruano entrou na partida pois foi ele quem marcou o segundo do Benfica, 6 minutos depois do golo do empate de Tobias Figueiredo após jogada colectiva dos encarnados com Salvio a assistir o ex jogador do Sporting que assim se estreou a marcar com a camisola encarnada.

O Nacional voltou a sentir bastante o golo sofrido e Manuel Machado fez entrar os avançados Hamzaoui e Nélson Bonilla contudo as substituições não surtiram grande efeito e acabou por ser o Benfica a aproveitar o desequilíbrio do meio campo nacionalista que aos 90m, Raul Jiménez após falha da defesa da equipa da casa aproveitou para se isolar e assim bater Rui Silva e meter um ponto final na partida.