Três autênticos «golaços» deram cor a um jogo que até começou monótono, mas que terminou vibrante com o triunfo do Sp. Braga diante do Estoril por duas bolas a uma. Sérgio Conceição soma a segunda vitória caseira apagando a má imagem de Moreira de Cónegos perante o Estoril europeu que ainda não sabe vencer.

Sérgio Conceição tentou trocar as voltas a um Estoril (que se apresentou na Pedreira organizado) através da inclusão do «vagabundo» Alan no lugar de Ruben Micael. Com esta alteração, à qual se junta a troca de Pardo por Pedro Santos, o Sp. Braga ficou mais espontâneo e desarranjado no meio campo nas suas movimentações ofensivas.

Por seu turno, depois da derrota pesada diante do Rio Ave, José Couceiro também mexeu nas suas peças, mas sem alterar a organização em campo. Bruno Lopes entrou para o eixo do ataque recuando Sebá. Para além de João Pedro Galvão, Tozé também ficou no banco dando o seu lugar a Diogo Amado.

Rasgo de Pedro Santos a quebrar o gelo

A versatilidade emprestada por Sérgio Conceição ao Sp. Braga através da introdução de Alan no meio campo não sortiu efeitos práticos. Os minhotos demonstravam agressividade, mas a forte pressão exercida sobre a bola não dava assertividade ofensiva.

Resultado: duas equipas organizadas sobre o relvado, com as fileiras cerradas e predomínio dos defesas sobre os avançados. Ecoaram alguns assobios das bancadas, pedia-se mais; mais acutilância e mais ambição junto das balizas.

O tal sinal mais que se pedia saiu dos pés de Pedro Santos, ao minuto 34, através de um rasgo estonteante. O jogo estava frio, sem pingo de calor, e foi o pequeno extremo a furar pela direita para atirar de pé esquerdo, em arco, para o fundo das redes. Estava quebrado o gelo, as equipas desencaixaram-se e abriu-se na Pedreira a expectativa de uma hora de futebol mais vistoso.

Obra de arte de Éder desfaz reação do Estoril

Assim foi, o Estoril foi obrigado a correr atrás do prejuízo e cresceu. Sem grandes calafrios para a baliza de Kritciuk, é certo, mas, de bola parada, Emídio Rafael deu expressão à ténue réplica «canarinha». Grande golo, mais um, a tirar a imbatibilidade às redes do Sp. Braga e ao guarda-redes Kritciuk. foi uma ma autêntica bomba do lateral esquerdo do Estoril num livre descaído para a direita logo ao terceiro minuto do reatar do encontro.

Contudo, o Sp. Braga não se resignou com o empate, balanceou-se para o ataque como ainda não tinha feito no jogo e desfez a igualdade apenas oito minutos depois. Com mais uma grande golo, o melhor da noite, Éder carimbou os três pontos para o conjunto de Sérgio Conceição. Baiano, outra das novidades arsenalistas em virtude da lesão de Goiano, descobriu Éder no coração da área para o avançado internacional português desfazer o empate com uma obra de arte. Remate acrobático depois de parar a bola de peito.

Até ao final do encontro só deu Sp. Braga, que cresceu enquanto equipa e não gostou dos oito minutos em que o encontro esteve empatado no segundo tempo. Pardo ainda enviou uma bola ao ferro e Vagner teve que se aplicar aos pés dos atacantes arsenalistas.

Foi um triunfo justo dos arsenalistas num jogo com três golos de antologia e dignos das páginas mais ilustres deste campeonato. A reação arsenalista revelou um Braga forte e incisivo perante um Estoril de José Couceiro que tem ainda pela frente muitas arestas para limar.