O Belenenses retirou ao Sp. Braga o estatuto de única equipa invencível no seu estádio. Triunfo (0-2) da equipa de Silas no reduto bracarense, o que não acontecia há dezassete anos, sendo, portanto, a primeira vitória no novo municipal bracarense.

Um triunfo personalizado da equipa que trajou de azul, vertiginosa e incisiva na forma como se lançou para o ataque. Fê-lo com convicção, abalroando um domínio amorfo da equipa da casa. O primeiro desaire caseiro da época para o Sp. Braga, mais de um ano depois da última derrota, é a segunda consecutiva para a turma de Abel. Algo inédito antes da visita ao Dragão, a contar para a Taça de Portugal.

Noite de contrastes na Pedreira. Se para o Sp. Braga é para esquecer, perante um ambiente sonolento com as bancadas despidas e com a carga emocional que a primeira derrota provoca, para o Belenenses tudo saiu na perfeição. Kikas e Licá são os heróis do triunfo do Belenenses na abertura da jornada.

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Contrariamente ao que é habitual após as derrotas, Abel Ferreira operou uma autêntica revolução no onze comparativamente com o desaire em Alvalade. Ao todo foram seis as mexidas do treinador do Sp. Braga, que teve de adaptar Palhinha como central devido às sete ausências. Ailton estreou-se em jogos na Pedreira, uma vez que tinha apenas atuado na Madeira.

Do lado do Belenenses Silas mexeu menos, voltando a apostar em Kikas como principal referência ofensiva do Belenenses, jovem que tem jogado essencialmente nos sub-23. Curiosamente foi o jovem de vinte anos a devolver o sorriso aos azuis, uma vez que após cinco jornadas de jejum devolveu o Belenenses aos golos.

Foi ao minuto 38, na sequência de um pontapé de canto, a recarregar com êxito uma defesa apertada de Tiago Sá, que devolveu para o coração da área o cabeceamento de Sasso. Expressão no marcador para a verticalidade do Belenenses em detrimento de um domínio pastoso do Sp. Braga.

O conjunto de Abel entrou desgarrado, com um domínio quase que imposto pelo teoria, mas sem seguimento na prática. Esse domínio existiu, mas apenas territorial e sem oportunidades flagrantes para golo. Em sentido inverso, das poucas vezes que o Belenenses se esticou até à área adversária fê-lo com critério e, sobretudo, com sentido prático e objetivo.

DESTAQUES: Licá como expoente máximo do aproveitamento

Logo aos doze minutos Licá abanou com as redes num exemplo paradigmático dessa objetividade da equipa de Silas. Festejos prolongados, golo bem construído com Zakarya a servir o atacante, mas o VAR assinalou fora de jogo no início da jogada, mantendo a igualdade.

No regresso das cabines o Sp. Braga tentou ser mais intenso, despejou bolas na área onde Muriel foi dono e senhor sem critério aparente, chegou a ameaçar um massacre, mas esse sentimento foi travado pelo segundo dos azuis. Sobrou critério, subida pela certa, mais uma da equipa de Silas, a culminar com o remate fulminante de Licá com o pé esquerdo.

O Sp. Braga tentou até ao suspiro final, pelo orgulho. Mesmo quando a derrota era certa os guerreiros não baixaram a guarda e nos últimos instantes Paulinho atirou ao ferro. Insuficiente para evitar mais um registo negativo: o Sp. Braga ficou em branco, algo que nunca tinha acontecido em casa e apenas tinha ocorrido na Luz e no Dragão, precisamente o próximo destino dos bracarenses.

Noite perfeita para o Belenenses. O plano foi seguido à risca e funcionou em pleno. Triunfo com muito mérito.